sexta-feira, junho 30, 2006

 

O verão chegou...

O Verão chegou... E muitos animais são abandonados por aí...
Existem alternativas ao abandono...
Deixo aqui duas que uma Amiga me fez chegar. Conheçam e divulguem...


http://petsitting-blog.blogspot.com/

http://www.petsitting.com.pt/

Já não é preciso abandonar animais... Já não é necessário fazer com que eles sofram... E muitas vezes por arrasto, fazer com que as crianças, donas e amigas, sofram também!
Este Verão façam diferente... Deixem os vossos animais com pessoas de confiança, cujo trabalho é mesmo... tomar conta de animais!

publicado por MoonLight às 20:47 link do post Deixa a tua Luz Luzes de amigos (18) adicionar aos favoritos

http://atmoonlight.blogs.sapo.pt/

 

nunca me abandones


quinta-feira, junho 29, 2006

 

I created a Slide Show! Check it out!


 

o Ter e o Ser

Um pai, bem na vida, queria que o seu filho soubesse o que é ser pobre, e levou-o a passar uns dias com uma família de camponeses.O menino viveu 3 dias e 3 noites no campo...No carro, ao voltar para a cidade, o pai perguntou:“- Então filho; como foi a experiência?”“- Boa”, responde o filho, com o olhar perdido...“- E o que e que aprendeste?” Insistiu o pai...O filho enumerou...

1 - Que nós temos um cachorro e eles têm quatro...
2 - Que nós temos uma piscina com água tratada, que chega até metade do nosso quintal, eles têm um rio sem fim, de água cristalina, onde têm peixinhos e outras belezas...
3 - Que nós importamos lustres do Oriente para iluminar o nosso jardim, enquanto eles têm as estrelas e a lua para iluminá-los...
4 - O nosso quintal chega até ao muro. O deles chega até ao horizonte...
5 - Nós compramos a nossa comida feita, eles cozinham-na...
6 - Nós ouvimos CD's... Eles ouvem uma perpétua sinfonia de pássaros, periquitos, sapos, grilos e outros animaizinhos... tudo isso às vezes acompanhado pelo sonoro canto de um vizinho que trabalha na terra...
7 - Nós usamos microondas. Tudo o que eles comem tem o "glorioso" sabor do fogão a lenha...

8 - Para nos protegermos vivemos rodeados por um muro, com alarmes... Eles vivem com as portas abertas, protegidos pela amizade dos vizinhos...
9 - Nós vivemos ligados ao telemóvel, ao computador, à televisão. Eles estão "ligados" à vida, ao céu, ao Sol, à água, ao verde do campo, aos animais, às suas sombras, à sua família...
O pai ficou impressionado com a profundidade das palavras do seu filho e então o filho terminou:
“- Obrigado, Pai, por me ter ensinado o quanto somos pobres!”Cada dia estamos mais pobres de espírito e de observação da Natureza ! Preocupamo-nos em TER, TER, TER, e cada vez TER MAIS, em vez de nos preocuparmos em SER!!!
VALE A PENA PENSAR NISTO... AS MELHORES COISAS DA VIDA SÃO AQUELAS QUE NÃO SE COMPRAM...

http://white-angel-.blogspot.com/2006/06/o-ter-e-o-ser.html

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WHITE ANGEL


quarta-feira, junho 28, 2006

 

CURAS e AMBIENTES

Quem não se lembra de Robert Redford em OUT OF AFRICA?

Redford, esse mesmo, comprou em 1969 uma antiga estancia de esqui, outrora local de caça dos indios. Os investidores tentaram convencê-lo a construir um grande complexo hoteleiro mas Robert deixou sempre claro que pretendia criar um centro de integração de comunidades locais e preservação do ambiente, tendo doado mais tarde, já em 1998 vários acres para a criação de uma zona de defesa da vida selvagem.

Com vários revezes pelo caminho, concluiu o seu projecto - Sundance Institute - de que fazem parte uma estancia de esqui, um resort rústico e um spa inspirado nas ancestrais técnicas de cura e renovação dos indios Sioux.








O Roots & Shoots é um programa criado pelo Instituto Jane Goodall em 1991 que tem por objectivo promover e desenvolver projectos de educação humanitária e ambiental bem como estimular o respeito pelos animais e comunidades humanas em todo o mundo. Para este fim são criados grupos de trabalho, constituídos maioritariamente por jovens, com a função de organizar e implementar projectos de intervenção.O workshop irá realizar-se no Salão de Chá da Biblioteca Municipal de Sintra (Alameda dos Combatentes da Grande Guerra, Nº. 14 e 16 - 2710Sintra) no dia 1 de Julho (sábado) e terá um custo de 10 euros por pessoa (pago no dia). O início está marcado para as 10h e o fim para as 17h.Todos os interessados deverão fazer a inscrição enviando um e-mail para info[arroba]spedh.net onde conste o nome, profissão, e-mail enúmero de telefone.
Para mais informações sobre o programa Roots & Shoots e a Sociedade Portuguesa para a Educação Humanitária, consulte http://www.spedh.net/ "

Em Sintra, também:

Workshop de Culinária Vegetariana em SintraWorkshop com componente prática e teórica. Serão dados conselhos para equilibrar a dieta, informação nutricional e disponibilizados documentos com as receitas. Vamos aprender a confeccionar pratos e alimentos essenciais na nossa alimentação, tais como pão e iogurte caseiros de forma simples e eficaz.No final da parte prática saboreia-se uma deliciosa e saudável refeição vegetariana! Data: 1 de Julho, Sábado Horário: das 10:30 às 15:00Local: Centro de Yoga e Meditação Ananda Marga, S. Pedro de Sintra Contribuição: 30,00€ Descontos: 25,00€ para estudantes, desempregados e reformados
Inscrições: por email - sintra@anandamarga.pt ou pelos telefones 21 9240481 / 96 5360157

terça-feira, junho 27, 2006

 

desapego

A casa é o nosso refúgio, lugar de conforto e largueza, para se estirar, ficar à vontade, andar descalço ou sem roupa, descansar, ler e dançar. É também o canto no qual nos expressamos e, quando conseguimos mostrar nossa essência nos móveis e detalhes em volta, as pessoas costumam comentar: "A sua casa tem a sua cara". Um rosto, convenhamos, nem sempre certinho, arrumado e liso. Porque é nosso, puxa vida! E cada um tem sua maneira de viver e se expressar.

Mas existem fases em que entramos pela porta de casa e a visão que se tem não é lá muito agradável. Coisas entulhadas sem serventia, excesso de papéis, peças que estão na prateleira há anos sem ser tocadas, livros que nem sequer foram abertos, roupas que nunca foram usadas. É o caso de questionar: será que perdemos a liga com a moradia ou é o nosso interior que anda meio perturbado? Podem ser as duas coisas, ou apenas uma delas, mas o importante é arregaçar as mangas e começar a agir. E saiba que boa parte do trabalho será feita em você: a faxina começa de dentro para fora. Não adianta empilhar mil e um objectos para doação se daqui a um mês uma nova e incrível leva estiver atravancando outra vez o seu ambiente.


O budismo diz que o apego pode nos asfixiar, especialmente quando a relação com os objectos é compulsiva, de pura posse. Nesse caso, há medo da perda, ciúme, insegurança e outros sentimentos espinhosos. Igualzinho ao apego neurótico à pessoa amada.


Tomio Kikuchi, fundador do Instituto do Princípio Único e um dos introdutores da macrobiótica no Brasil, acha que o consumo deve ser equilibrado para que haja boa eliminação. "Quando retemos demais, ficamos doentes. Isso vale para os alimentos, os pensamentos e até os objetos", diz ele. A eliminação é vital para manter o organismo desintoxicado e saudável. Assim também funciona com a mente, o espírito e a casa.

Os índios sempre souberam disto: a acumulação não existe na natureza, porque tudo o que é retido vira fonte de destruição. Foi só quando se tornou sedentário que o homem começou a se entulhar de coisas, que passaram a ser necessárias quando nunca haviam sido.



(Texto adaptado de Chantal Brissac Produção Viviane Gonçalves Projeto Alice Martins e Flavio Butti )

domingo, junho 25, 2006

 

Para o Homem da minha Vida

Sempre acreditaste em mim…
Até mesmo mais que eu própria.
Isto
Muitas vezes me enfureceu.
No entanto, esta tua confiança foi
O meu maior apoio,
A fonte de energia a que recorro
Quando as minhas forças começam a falhar.
Nunca ninguém confiou em mim
Como tu o fazes,
E nunca te agradecerei o suficiente.

Eu que sou uma defensora acérrima
Da verdade, peço-te: não me contes.
Não me contes quantas vezes, no meio de uma
Discussão, desejaste ir-te embora para sempre.
Não me contes quantas vezes te desiludi
Quando esperavas algo especial de mim.
Não me contes essa conversa em que descobriste
Que invejavas a liberdade sem amarras
De um amigo.

Não me contes esse olhar
Trocado na rua…
Não me contes o esforço que fizeste
Para voltar para casa, depois de certas coisas.
Não me contes e não te preocupes.
Eu também não te contarei todos os meus segredos.

Hoje conhecemo-nos…
E cada um pode antecipar as reacções
Do outro sem receio de se enganar.

Sei que nunca confessarás o teu aborrecimento
Quando me procuras e não estou.
Sabes que me ofendo com muita facilidade
Se pressinto que me criticas.
Sei que, muito cedo de manhã,
Preferes o silêncio a uma conversa
Sei a dificuldade que sempre tiveste em dar presentes

Mas quando menos o espero, quando penso
Que nada pode surpreender-me, apareces
Com o mais espectacular ramos de flores
E eu torno a apaixonar-me por ti.
Porque ainda existe tanto por descobrir…
Festejamos com a família, com os amigos,
Muitas festas tradicionais.
Mas que prazer íntimo e maravilhoso
É festejar esses secretos aniversários
Que só nós conhecemos…

Na nossa relação, houve momentos
Em que discutimos por tudo e por nada;
Batalhas verbais muitas vezes
Terminadas por um tremendo bater de porta;
Ameaças… nunca cumpridas.
E, depois, apaixonadas, irremediáveis
Reconciliações…
Ao cuidarmos deste amor de hoje,
Mais profundo, mais conseguido,
Mais posto à prova do que naquele primeiro dia,
Não haverá…
Dificuldade que não possamos enfrentar,
Maus tempos os quais não desafiemos,
Tempestades que não possamos atravessar.


Nem…
Alegrias que não compartilhemos,
Tristezas que não superemos,
Doenças em que não nos ajudemos a suportar,
Pobreza em que não lutemos juntos,
Riqueza que nos faça esquecer de nós.
E nada nos separará.


Texto: Lídia Maria Riba in "Para o Homem da minha Vida"
Fotos : as duas primeiras são reproduções de F. Botero
as duas últimas são pessoais
restantes são da net

sábado, junho 24, 2006

 

VIAJA DENTRO DE TI ....

Pudesse a árvore vagar
E mover-se com pés e asas,
Não sofreria os golpes do machado
Nem a dor de ser cortada.
Não errasse o sol por toda a noite,
Como poderia ser o mundo iluminado
A cada nova manhã?


E se a água do mar não subisse ao céu,
Como cresceriam as plantas
Regadas pela chuva e pelos rios?
A gota que deixou seu lar, o oceano,
E a ele depois retornou,
Encontrou a ostra à sua espera
E nela se fez pérola.

Não deixou José seu pai
Em lágrimas, pesar e desespero,
Ao partir em viagem para alcançar
O reinado e a fortuna?
Não viajou o Profeta
Para a distante Medina
Onde encontrou novo reino
E centenas de povos para governar?






Faltam-te pés para viajar?
Viaja dentro de ti mesmo,
E reflecte, como a mina de rubis ,
Os raios de sol para fora de ti.
A viagem te conduzirá a teu ser,
Transmutará teu pó em ouro puro.
Ainda que a água salgada
Faça nascer mil espécies de frutos,
Abandona todo amargor e acidez
E guia-te apenas pela doçura.
É o Sol de Tabriz que opera todos os milagres:
Toda árvore ganha beleza
Quando tocada pelo sol.

("Poemas Místicos", de Jalad ud-Din Rumi, poeta que viveu na Arábia do século XIII - Editora Attar).

quinta-feira, junho 22, 2006

 

aprender com as emoções

“Todos os seres vivos são iguais. Todos querem felicidade e não querem sofrer”. O nome já diz a que veio: Dalai Lama significa “Oceano de Sabedoria” ­ Dessa forma, o líder espiritual vem cumprindo sua meta ­ não a de trazer adeptos ao budismo, mas a de tornar a Terra um lugar mais fácil de viver. Rezar, para ele, não basta. O que o 14º Dalai Lama diz é que é preciso engajamento e determinação para qualquer transformação social e espiritual.“Antes de mais nada, temos que aprender como as emoções e comportamentos negativos nos são prejudiciais ­ para a sociedade e para o futuro também ­ e como as emoções positivas são benéficas”, diz ele.
Uma gargalhada gostosa é sua marca registrada. E o espírito brincalhão é uma característica que o Dalai Lama justifica ser proveniente do jeito de ser do povo tibetano. Ao longo do último meio século, não há um dia sequer em que ele deixe de meditar sobre a compaixão. “Descobri que o mais alto grau de paz interior decorre da prática do amor e da compaixão. Quanto mais nos importamos com a felicidade de nossos semelhantes, maior o nosso próprio bem-estar. Essa é a principal fonte da felicidade.” Ele acredita ser o primeiro beneficiado ao lutar pela felicidade dos outros.
Primeiro, ele se dedica a promover valores como compaixão, perdão, tolerância, contentamento e autodisciplina para todos os seres. Para ele, esses são os valores de uma ética para o novo milênio.
http://vidasimples.abril.uol.com.br/edicoes/043/04.shtml

quarta-feira, junho 21, 2006

 

Outra Europa é possivel...

Uma vez por mês e durante alguns dias, o Parlamento Europeu transfere-se de Bruxelas para Strasbourg por inteiro, com todos os seus colaboradores e toda a sua documentação. A única razão para este desperdício de 200 milhões de euros por ano deve-se à vontade da França. Todos os países da União pagam a conta! Nós também!

Presentemente, um determinado número de membros do Parlamento Europeu, pertencentes a diferentes partidos e países, iniciaram uma acção que visa acabar com este desperdício ridículo. É necessário recolher um milhão de assinaturas para que este assunto possa ser inserido na agenda da Comissão Europeia.

Já se recolheram mais de 380 000 assinaturas, mas é preciso um milhão!

Visite o site
http://tinyurl.com/rjyfg e assine para se poder acabar com este abuso ridículo.

Façam copy deste post e divulguem nos vossos blogs ou por e-mail.

Entrada posterior: Já lá estão 623.358 assinaturas. Está quase.
do blog de http://espreitador.blogspot.com/

 

Por onde andam os nossos pés

Escalda-pés esquenta o corpo e relaxa até a alma
por Marcia Bindo
"O escalda-pés equivale a uma terapia: acalma a mente e estimula os fluxos naturais do corpo", diz a amazonense Débora Féder, do Nature Spirit, um spa onde essa tradição é oferecida em atmosfera de ritual, com óleos aromáticos e massagem. "Eu sempre via minha vó preparando a tina de água quente quando meu avô voltava do trabalho." O hábito caseiro de colocar os pés de molho em água quente vem de tempos remotos. Além do inenarrável bem-estar, alivia o cansaço e faz um bem danado: o calor da água dilata os vasos sangüíneos, ativa a circulação e esquenta todo o corpo. A receita básica pede três colheres de sal grosso e água aquecida na temperatura do corpo, cobrindo até os tornozelos. Os temperos dão o toque: ervas como alecrim e hortelã estimulam, enquanto gotas de óleos de lavanda e laranja relaxam. Experimente também com uma boa música


Sabia que as mulheres andam em média mais 3 milhas por dia que o sexo oposto?

segunda-feira, junho 19, 2006

 
mãe adoptiva / mãe biológica

Esta foto foi extraída de um jornal indiano, com a seguinte legenda:

"Só quem é pobre procede com tanta generosidade. Que pena o Homem não ser sempre assim."

post da 125_azul em http://125zul.blogspot.com/ . Não confundir com outro blog que tem o mesmo título.

sábado, junho 17, 2006

 

ECOLOGIA


ECOLOGIA É UMA CIÊNCIA DA PAZ por Mani Álvarez

A ciência, em sua exigência de objetividade, nos fez perder nossos mitos de origem. Tornou desnecessário buscar nas estrelas o significado da vida, uma vez que esta se tornou decifrável pelas equações matemáticas. Somos herdeiros dessa cisão entre o sagrado e o profano, entre o humano e o divino, entre a materialidade e a transcendência. Pois se a matéria – mater (mãe) – pode ser explicada, manipulada, explorada, vendida, profanada pelas mãos humanas, para que serve um Deus? Para que um mito de origem? Assim nos tornamos órfãos de Deus. As religiões patriarcais – judaísmo, islamismo, cristianismo – apesar de reconhecerem um Deus, não o trouxeram para perto de nós, pelo contrário, Ele foi colocado nas alturas, num céu distante, bem longe da mãe terra. Desvinculados daquela espiritualidade antiga e sagrada, tornamo-nos arrogantes e prepotentes, individualistas e egocêntricos. A cultura que criamos reflecte os seus criadores: uma cultura de violência, exploração e desamor. Criamos uma cultura egocêntrica. Mas, para além das religiões, a espiritualidade nos reconecta com um mundo esquecido que nossa cegueira não nos permite ver. Ela mostra uma passagem do ego para o coração – e daí para o espírito. Nem tudo está perdido! Ela toca de novo a nota da transcendência, e volta a falar da origem, dos mitos ancestrais, de uma rota para a unidade originária.

E ao fazer isso – milagre! Somos novamente reconectados com uma parte de nós que havíamos esquecido: nossa capacidade de sermos Um com o Todo. Quando isto acontece, e nos reconhecemos fazendo parte do Todo, entendemos que, de fato, somos todos irmãos, filhos de (um qualquer) Deus, temos a divindade como herança. E o egocentrismo passa a representar uma fase infantil de auto-afirmação do ser humano que, para evoluir, terá de ser deixada para trás. Ainda que a maioria viva mergulhada na inconsciência e sofra a tirania do ego, ainda que muitos passem pela vida como zumbis, sonâmbulos, alienados de si mesmos, buscando nas coisas materiais, nos relacionamentos, no status, a sua Alma esquecida. Ainda assim... sabemos que somos parte de uma ordem cosmológica maior, mais poderosa e além de tudo que possamos imaginar. E sabemos que podemos nos reconectar com nossa inteireza essencial. E que quando isso acontece, nós nos tornamos inteiros de novo, pacificados, irmanados com o Todo, com o Cosmos, com a humanidade inteira, apesar das diferenças . É por isso que a ecologia pode se tornar uma ciência da paz. Ela nos torna conscientes de que tudo é Um, de que a realidade é uma imensa rede onde tudo está ligado com tudo. Na verdade, não podemos sequer apanhar uma flor sem que uma onda de ressonância ocorra no universo...Sendo assim, violência não deixa de ser autodestruição. Porque o que atinge o outro atinge a mim mesma. Como posso agredir, matar, violentar, explorar um outro ser se ele é parte de mim e eu dele? Pensar assim é mudar o paradigma vigente da separatividade que mutilou o nosso ser. Pensar que eu sou o outro, que estou interligada a todo o cosmos, que participo dessa rede viva de conexões, vibrações, energia, faz de mim um ser responsável por cada ato que executo, por cada pensamento que penso, por cada atitude que tomo. Esta é a grande mudança de paradigma de nosso tempo. Esta é a nova ética que surge, uma ética ecocêntrica, que vem de oikós – morada do ser. Não é mais o ego que está no centro, não mais o egocentrismo, mas sim, o ecocentrismo – lugar onde o Ser faz sua morada.

sexta-feira, junho 16, 2006

 

Quinta-feira - feriado...

Depois do jantar fui à rua passear com o cão. Muda-se de ambiente, faz-se exercício, fala-se com algum conhecido mas…sobretudo arejam-se as ideias. Por isso é um prazer, mesmo quando chove ou o dia está mais frio.

Quando entrei, tinha uma chamada no telemóvel. Era o Diogo, que há já imenso tempo não telefonava à tia. “Deve querer qualquer coisa”, pensei eu, porque quando surgem dúvidas técnicas ou problemas profissionais é para mim que ele liga. Vinha perguntar se eu não quereria um cão que tinham deixado abandonado à porta da casa de uma amiga deles…
São os feriados, as férias e as “pessoas” (que aquilo nem pessoas são) deixam os animais no primeiro canto e aí vão elas para as mini-férias gozar à grande, nem sei como conseguem. E ontem foi bem a prova disso.
De manhã , fui ao talho buscar carnes para os cães, para o meu e para os que vão aparecendo que nem sempre dou só ração ou soja. À porta estava uma cadela, ar faminto, maminhas cheias de leite sinal que tivera crias há pouco . Dei-lhe de comer, mas ela escolhia criteriosamente os bocados – comeu os mais pequenos, deixou um ossito de lado e abocanhou dois que eram maiores, decerto para dar aos filhos ou guardar para o jantar. Encontrei-a depois , na estrada mais à frente, a beber água de uma poça.

Já mais perto de casa, abrigado junto de um portal estava outro, com ar abandonado, pêlo sujo e desgrenhado, grande, tipo caniche. Parei e dei-lhe de comer, que o homem do talho tinha-me reforçado a dose. Ainda tinha de ir ao super, fazer outras compras e já eram horas de almoço. Enquanto estacionava o carro, vi mais outro cão, desesperado , farejando por tudo o que era sitio pois deviam ter-se “esquecido” dele há pouco. Esse, nem sequer quis comer tal a ansiedade em que estava…

Lembrei-me ainda do apelo que tinha visto , já pela madrugada fora e que por motivos bem diferentes, me deixou consternada.

Travessa Larga: APELO

E andam os políticos a discutir se há-de ou não ser implementado o Dia do Cão. Basta dar uma volta pelas ruas para saber que não é com dias do cão que se resolve a crueldade humana, a imoralidade, a falta de respeito, de civismo por outros seres vivos. A falta de humanidade, em suma! "E um país mede-se por ..."

quarta-feira, junho 14, 2006

 

Travessa Larga: APELO

Urgente - para resolver com muito carinho e amor,

não fazendo as coisas pela metade, como o gato de Prévert




Travessa Larga: APELO

 

Não se deve deixar as coisas pela metade...

O Gato e o pássaro
Uma cidade escuta desolada
O canto de um pássaro ferido
É o único pássaro da cidade
Que o devorou pela metade
E o pássaro pára de cantar
O gato pára de ronronar
E de lamber o focinho
E a cidade prepara para o pássaro
Maravilhosos funerais
E o gato que foi convidado
Segue o caixãozinho de palha
Em que deitado está o pássaro morto
Levado por uma menina
Que não pára de chorar
Se soubesse que você ia sofrer tanto
Lhe diz o gato
Teria comido ele todinho
E depois teria te dito
Que tinha visto ele voar
Voar até o fim do mundo
Lá onde o longe é tão longe
Que de lá não se volta mais
Você teria sofrido menos
Sentiria apenas tristeza e saudades

Não se deve deixar as coisas pela metade.




PÁGINA DE ESCRITA

  • Dois e dois quatro quatro e quatro
  • oito oito e oito dezasseis.
  • Outra vez! diz o mestre.
  • Dois e dois quatro quatro e quatro oito
  • oito e oito dezasseis.
  • Olha o pássaro-lira passeando pelo céu!
  • O menino o vê.
  • O menino o ouve.
  • O menino pede: vem cá
  • brinca comigo meu amigo!
  • Então o pássaro vem para brincar também:
  • dois e dois quatro...
  • Outra vez! diz o mestre
  • e o menino repete
  • e o pássaro se mete...
  • Quatro e quatro oito
  • oito e oito dezasseis
  • e dezasseis e dezasseis?
  • Quem não souber perde a vez
  • mesmo se for trinta e dois
  • de qualquer modo já se foi.
  • Mas o menino o ocultou
  • na sua carteira e todos os meninos ouvem
  • quando ele pia
  • e todos os meninos
  • ouvem sua melodia
  • e oito e oito por sua vez vai embora
  • e quatro e quatro e dois e dois
  • por sua vez vai dando o fora
  • e um e um não faz nem um nem dois
  • pois um a um também escapou na hora.
  • E o pássaro-lira apronta
  • e o menino vibra
  • e o mestre mete bronca:
  • Não vai parar de bancar o palhaço?
  • Mas os meninos todos
  • ouvem a melodia
  • e as paredes da sala tranquilamente arriam.
  • E as vidraças tornam-se areia
  • a tinta volta a ser água
  • torna-se árvore a carteira
  • o giz volta a ser rocha
  • a pena de escrever torna a ser pássaro.

Poemas de Jacques Prévert


terça-feira, junho 13, 2006

 

A vida é uma cereja ...

Em tempos que já lá vão tive um namorado que me incutiu o gosto pela poesia de Jacques Prévert. Tinha eu 16 anos e conheci-o numas férias que passei em Pedras Salgadas. O namorado seguiu a vida dele. Os poemas ficaram.
A vida é uma cereja
A morte um caroço
O amor uma cerejeira.

(trad. Silviano Santiago)

foto de Steve Winter Como pintar um pássaro

Jacques Prévert

Tradução-Homenagem: Carlos Drummond de Andrade


Pinte primeiro uma gaiola com a porta aberta.

Em seguida pinte alguma coisa graciosa,alguma coisa simples,

alguma coisa bonita, alguma coisa útil...ao pássaro.

Depois, coloque a tela contra uma árvore

no jardim,no bosque ou na floresta

e esconda-se

atrás da árvore sem dizer nada, sem se mexer.

Às vezes o pássaro chega logo,

mas pode levar muitos, muitos anos

até se resolver. Não desanime, espere.

Espere, se preciso, durante anos.

A velocidade ou a lentidão da chegadado pássaro, não tem a menor relação

com a qualidade da pintura. Quando ele chegar

(se chegar) mantenha o mais profundo silêncio,

espere que ele entre na gaiola. Depois que entrar,

feche lentamente a porta com o pincel.

Aí então apague uma por uma todas as varetas.

(Cuidado para não esbarrar em nenhuma pena do pássaro.)

Finalmente pinte a árvore, reservando o mais belo de seus ramos ao pássaro.

Pinte também a verde folhagem e a doçura do vento,

a poeira do sol, o rumorejo dos bichinhos da relva no calor da estação.

Depois aguarde que o pássaro se decida a cantar.

Se ele não cantar , mau sinal: sinal de que o quadro não presta.

Mas bom sinal, se ele canta: sinal de que você pode assinar o quadro.

Então retire suavemente uma pena do pássaro

e escreva o seu nome a um canto do quadro.


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