terça-feira, janeiro 09, 2007

 

Ir a Roma para ver o Papa

Na minha infância fui confrontada com o facto de uma tia minha, pessoa já de 50 anos, ter ido a Roma a pé para ver o Papa. Foi de Lisboa até Fátima de carro, levada pelo irmão , fez as suas preces e partiu no mês de Maio , sempre a pé, estrada fora, dormindo ao relento e por vezes nalgum convento aonde lhe dessem guarida, chegando a Roma em Outubro. Foi recebida em audiência pelo Papa e regressou depois a Portugal, de comboio. Dizia ela que era para desconto dos pecados da família; teria as suas razões e talvez visse “pecados” aonde não os havia – só ela poderia saber os porquês.

Depois de ontem ter escrito sobre Maria e mais tarde ao ver o post da Rosário , vieram-me à mente outras histórias de falsidade e hipocrisia, mantidas pelo mesmo Vaticano que prefere a podridão e a mentira à clarificação das ideias, à defesa de sentimentos nobres, puros.
José era padre, numa paróquia de Lisboa e colaborava em inúmeras actividades pró-jovens, chamemos-lhes assim. Era um homem muito autoritário e irascível, capaz de descer do altar se alguma beata ousasse falar ou desfiar as contas do rosário durante o seu sermão. Paula frequentava a igreja e fazia um part-time na biblioteca para organizar as fichas dos livros, preparando por vezes o lanche nos dias de reunião ou ficando para jantar. Daí a criar outras intimidades com o prior da freguesia foi um instante. Depressa se viu grávida, testes feitos e visitada a médica que a vira nascer, viu-se obrigada a contar à mãe. O padre continuava a dizer a santa missa e a dar absolvições no confessionário, embora tivesse pedido dispensa ao Vaticano para “reparar o seu erro” e casar com a mulher que amava. A gravidez já ia bem adiantada quando a dispensa chegou para que José pudesse consumar o seu casamento, numa pequena capela longe da multidão, quase às escondidas. Na véspera tinha ainda celebrado a missa e feito o bendito sermão. Talvez fosse ele o padre que negou a absolvição àquela mãe que por quatro vezes interrompeu a gravidez para poder continuar a sustentar os filhos que já tinha (comment do José António , ontem). Talvez…Mais certo é ele continuar casado com a sua Paula , o bebé ser hoje um belo rapagão que já vai nos trinta anos e ser acarinhado por toda a familia.

Comments:
As incoerências da igreja, fizeram com que muito cedo a olhasse com cautelas! Questões como o celibato, a posição perante o aborto, o silêncio relativamente a casos de pedófilia no seio da igreja, descredibilizaram de tal forma a sua imagem, que hoje já nem tempo perco a tentar entender!

Saudações infernais!
 
Querida Greentea,

Antes de me alongar queria fazer uma "declaração prévia".

Gosto muito de teu blog, da tua maneira de escrever. O que vou dizer a seguir não tem nada de pessoal. Era o que eu gostaria que me dissesem, se alguém fosse meu amigo.

O relato de vários casos, com Igreja metida, padres e aquela hierarquia toda, é um peditório para onde já dei. Agora não dou. Se ontem fiz o comentário que fiz foi para dar um exemplo análogo.

Como Instituição, a Igreja não leva a lado nenhum. Não muda nada. Não colabora na mudança que é a constante da vida.

Existem muitos casos bonitos de individualidades dentro da Igreja que são dignos de serem realçados.
No seu conjunto a Igreja não muda.

Mas a mudança que gostaríamos de ver no mundo (Níveis de vida, poluição, preservação do planeta, economia de colaboração e desenvolvimento e não de competição; pão, casa e emprego para todos, dignidade, etc., etc) não virá de nenhuma instituição, chame-se Igreja, Governo, etc.

A mudança vem de dentro para fora. A mudança nasce da compreensão da vida, das suas origens, no papel da humanidade, no perceber o CONDICIONAMENTO, que afecta todos os Seres humanos.

Quando postamos algo; quando emitimos uma opinião sobre se isto está bem (ou é bom) e aquilo está mal (ou é mau) não somos nós que emitimos. É a nossa mente. E a mente é um instrumento. Instrumento esse que tanto serve para fazer bem como para fazer o mal.

Quando damos por nós a conversar connosco mesmos, sobre alguma coisa (uma medida do governo, o marido ou a mulher que nos fez isto ou deixou de fazer aquilo, "parece impossível, como foi capaz de fazer assim ou assado")quem é que fala com quem?

Vemos uma acção qualquer e estamos prontos a ignorar ou a intervir, a criticar ou a aprovar.

Quem é que acha o quê?

Somos nós mesmos? Será o nosso Ego? Ou a mente?

E quem é que tem consciência do que é que está bem ou mal?

Porque é que a nossa mente não consegue parar a enorme quantidade de pensamentos, sentimentos, opiniões que lhe afluem?

E quem é que tem consciência dessa catadupa de pensamentos, na maioria das vezes inúteis?

É que o nosso VERDADEIRO EU é a consciência! O resto são as circunstâncias concretas da nossa vida.

Se nos pusermos na posição de OBSERVADOR, sem efectuar comentários (ou não deixar que os comentários feitos nos influenciem, o que é difícil) criamos uma situação dentro de nós mesmos que nos traz PAZ e ESPAÇO.
Ora o ESPAÇO é onde TUDO começa e acaba. É a essência de TUDO. Se criarmos condições para que esse ESPAÇO exista dentro de nós, estamos em unidade e sintonia com o UNIVERSO. E o Universo está-se nas tintas para que um determinado padre tenha feito isto ou aquilo.

Ora a mudança que se pretende (já se verificaram tantas mudanças ao longo da História e todas feitas em nome do progresso e nenhuma delas resultou, veja-se um noticiário qualquer) só se verifica quando deixarmos de emitirmos opinião sobre tudo e nada.

Sejamos nós esse exemplo. Para nós mesmos e para os que nos rodeiam. Em casa, no trabalho, com os amigos. Implantemos a fraternidade no coração. FAÇAMOS algo de nobre, de positivo, de interajuda. Por vezes basta um sorriso.

Só quando começarem a existir tantos SERES despertos para o sentido fundamental da vida (que a Física das Partículas agora aponta e que os místicos de todos os tempos já apontavam) é que a mudança ocorrerá.

Aproximam-se tempos novos. Tempos talvez de ruptura com o que é velho e podre. Estejamos atentos e alerta. Sejamos os novos Seres AGORA. Deixemos todos os padres sossegados e a perorarem o que entenderem.

SEJAMOS NÓS A MUDANÇA.

Um grande e fraternal abraço.

José António
 
Informação igual a todos os co-autores:

A capa do livro da blogoesfera "Que é o amor?" já está à vossa apreciação e disposição no blogue do livro:

http://queeoamor.blogspot.com

Além da capa, existem outras informações.

Solicito aos co-autores o favor de darem a conhecer aos vossos leitores a existência do livro.

Abraço.

António Rosa

===

Greentea,
Estou a ter dificuldade em deixar esta informação em vários blogues. Vamos lá a ver se consigo desta vez.
 
Passagens duma vida que a vida tem
para guardar!
Beijinho Greentea.
 
A vida é cheia de contradições, a maior delas é a própria morte!
 
Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?