terça-feira, janeiro 02, 2007

 

2007 noves fora nada

Alguém disse que este é o ano zero: 2+7=9 e noves fora nada... Seria portanto o ano zero, o ano do re-inicio, do re-começo, do re-criar.
Nos últimos quinze dias de dezembro, notei muitas mulheres com depressão, outras muito possessivas, sob diversas formas, sem energia, sem força para lutar, para decidir, sem vontade de sorrir ou de amar. Pelo menos três homens da minha familia fizeram a mala e voltaram a casa dos pais, sem as respectivas mulheres. Todos eles na cada dos trinta ou menos, recém-casados, com grau de formação superior , tal como as respectivas esposas...Todos eles apontaram a excessiva ligação com a mãe, a incapacidade ou a completa negação para cozinhar, lavar, arrumar , fazer as compras , por parte delas; em todos os casos eram eles que faziam a comida, decidiam o jantar, estendiam a roupa , aspiravam a casa. Nenhuma delas tomava uma decisão sem consultar a mamã, informando-as detalhadamente sobre os anticoncepcionais que tomavam, se tinham tido ou não relações sexuais com o marido, chamando-as apressadamente mal aflorava uma enxaqueca.
Na geração anterior lutou-se pela independência das mulheres, pela chamada emancipação feminina. Elas foram tirar cursos superiores antes vedados, empregaram-se , ocupam lugares de chefia. Mas está-me a parecer que continuam , em muitos casos, a sofrer de NANISMO mental, cada vez mais dependentes das mãezinhas, que as criaram quais flores de estufa a precisar de redoma. Hermano Saraiva falava ontem do nanismo que atrofia as espécies, os povos tal como os pigmeus em resultado de prepotências externas. Falou do nanismo que impede os portugueses de pensar porque desde o século XV ou XVI assim foram educados. Durante séculos as mulheres foram educadas na submissão, na subserviência , não se permitindo que pensassem. Muitas mães continuam a repercurtir esse modelo, impedindo suas filhas de pensar, de agir , de decidir, tomando como suas as decisões delas, realizando por elas aquelas tarefas do quotidiano que afinal todos temos de fazer. E hoje a generalidade dos homens ajuda nas compras, no jantar, na roupa, na loiça, na limpesa!
Neste inicio do ano, será altura de repensar nossas vidas, nossas filhas, nossas mães, nossas sogras e nossas noras e sairmos deste nanismo que atrofia nossas maneiras de estar e de pensar, negando a criação de novas formas de energia e de amor. Que o eterno feminino saiba dotar-se de um novo olhar sob o futuro , reinvente o seu sexto sentido , recriando do zero deste ano uma capacidade de VISÃO mais ampla.
Com os melhores votos para 2007!

Comments:
Bom retorno à blogosfera. Já tinha saudades. Um belo ano para ti e teus.

....

Perante este teu excelente texto [assunto muito, mas muito sério], lembrei-me de um assunto:

Desde os antigos até ao início da era industrial, a sociedade sempre contou com um "matriarcado" eficiente.

Há muito tempo, era um matriarcado aberto, visível. Depois, foi ficando mais discreto, não tão visível.

Avós, mães, tias e madrinhas ensinavam às filhas como "funcionar" em sociedade e em privado. Desde os meios mais rurais aos mais urbanos, esses ensinamentos eram passados. Havia verdadeiros "ritos de passagem".

Avós, mães, tias e madrinhas ensinavam às filhas como "orientarem" a casa, os filhos, a família e, mais tarde, o mundo do trabalho.

Mas mais do que isso: elas ensinavam como se fazia isso tudo com a maior discrição possível, mas com uma mão de ferro, isso sim, coberta com a seda mais macia.

Há uma geração de mulheres infelizes, muito infelizes. Felizmente, ainda há muitas mulheres realizadas.

Há as que se divorciaram nos últimos 10 a 15 anos, e voltaram a encontrar o amor. Ainda bem. Para todos à sua volta.

As restantes, [que são muitas] e que estão infelizes, perderam a capacidade de ensinar as filhas a se prepararem para a vida. Curiosamente, preparam os filhos - porque tem que ser, dizem.

É uma lástima que tantas jovens (como as do teu post) estejam a revelar que afinal, certas anedotas de loiras, parecem ser verdadeiras.

Um "tchim-tchim" por todas as mulheres jovens (e às suas avós, mães, tias e madrinhas) que sabem perfeitamente conduzir as suas vidas, sem dependências, com frmeza, com alegria. Estas, merecem muito o AMOR nas suas vidas.

Um abraço
 
Bem verdade. Desejo que "recebas" e possas viver um ano muito bom.
Beijinhos*
 
António,
quando eu era criança , a minha mãe deixava as filhas fazer jantarinhos à séria, aos domingos. Tinhamos os nossos pequenos tachos e panelas de brincar e com eles deixava-nos preparar uma refeição que iria servir de jantar - fomos assim qprendendo a cozinhar; a minha avó dizia que uma menina devia estar sempre ocupada com um trabalho nas mãos - ensinou-nos as artes de bordar, fazer malha e rendas , mandáva-nos às compras para nos habituarmos a conhecer o dinheiro e saber os locais; mais do que a minha mãe foi ela que nos ensinou a passar certas roupas , a pôr uma mesa a preceito , a escolher os copos para o vinho ou os lençóis para a cama de algum primo ou tio que aparecia para ficar.
Com 21 anos decidi ter a minha própria casa, onde vivi sozinha muitos anos, organizando-me sem a ajuda de ninguém muito embora estudasse e trabalhasse. Não gosto particularmente das tarefas domésticas mas elas têm de ser feitas e nem sempre compensa ter um/a estranha/o a fazer-nos as limpezas e a vasculhar tudo o q temos em casa. Tb não gosto de fazer a comida do dia a dia -apenas alguns petiscos e certos pratos especiais mas todos precisamos de nos alimentar. Aqui em casa todos vamos indistintamente às compras,ao pão, ao lixo, fazemos a comida ou as limpezas , estendemos a roupa ou vamos passear o cão. Porque todos trabalhamos, todos temos compromissos e todos estamos cansados qd chegamos a casa. Mas gostamos de partilhar tudo isto para mais depressa podermos disfrutar da companhia de cada um.
Um abraço , António, pelo teu texto para este tema de tanta acuidade no momento.
 
obrigada , cor do mar
pelos teus votos .
já te vou visitar, nesta noite de lua cheia
um beijo para ti
 
É verdade, será um ano zero?

Publicaste um texto sobre um assunto muito sério.
Infelizmente verdadeiro.

Não será altura para repensarmos na forma como estamos a educar os nossos filhos?

Tenho aqui mesmo ao lado o comment do antónio rosa, que me está a "provocar"... para o ler.

Voltarei aqui. Um beijo
 
Acabei de ler o António.
Homem da minha geração, pensa como eu no que respeita ao refazer as vidas, ao reencontro do amor após alguns anos de casamento menos feliz.
É aqui que se dá a verdadeira libertação da mulher: quando ela solta as amarras e passa a ser ela própria!

Oxalá todas tivessem coragem para o fazer.
Greentea, pela tua resposta ao comment do António, serás também de uma geração muito próxima da minha...
Estamos em sintonia, pelo menos nesta questão, nesta noite de lua cheia!!!

outro beijo
 
maria

penso que o tema é importante e urge modificar os parâmetros educacionais - antigamnete as mulheres eram escravas e tudo tinham de fazer, os maridos APENAS exigiam o jantar posto na mesa a tempo e horas e a casa arrumada, os filhos lavados, o vinco das calças ou a camisa passada a ferro ..e pouco mais! Mas não caiamos no extremo oposto e sobretudo na dependencia extrema das mamãs e na incapacidade de tomar decisões ou metendo-se na cama bem aviadas de antidepressivos e outros que tais à minima contrariedade.
 
maria
somos todos da mesma geração!
sempre defendi q quem não está bem , muda-se. Foi o q sempre fiz, deliberadamente, pensadamente. Penso que as mulheres da outra geração se divorciavvam por motivos bem diferentes dos de hoje em dia. As realidades são outras, as mentalidades tb mas fico confusa perante tanta indecisão, falta de iniciativa, dinamismo, tanta dependencia e excessiva ligação aos progenitores, tanta insegurança por parte das mulheres relativamente aos maridos, tanta negação em realizar tarefas tão corriqueiras como arranjar o jantar ou meter os pratos na máquina!
Outros tempos
 
Olá Greentea,
em primeiro lugar vou desejar-te um 2007 fantástico e que tenhas tudo de Bom.

Quanto ao teu post [como sempre vou brincando, que é assim que eu gosto de estar na vida..,bem disposto], dou-te os meus parabéns pela abordagem deste tema,que vem a propósito de um post que vou publicar nestes dias mais próximos, sobre "As mães das minhas Amigas"..,não é que a maioria delas eram bem mais interessantes que as filhas!!?

Vou prestar a devida Homenagem a essas Mães,exactamente porque as filhas eram umas fúteis apalermadas..,só não aprendi a fazer croché nos cházinhos das reuniões porque não calhou.
[enquanto lá em baixo se abanava o capacete, as mães lá em cima, cuscavam e faziam os pares de conveniência, entre gargarejos de Tília.., e aqui o toine, até lhes dava cavaco]

Verdade se diga que o croché,também não era o meu objectivo!!!

Uma vez mais
Um Fantástico 2007
e tudo de BOM
 
greentea, estou gostando muito dos seus textos para reflexão neste novo ano. Beijos da Ursa :))
 
Teu blog continua lindo esteticamennte e espiritualmente. Estou com duas vértebras do pescoçao injuriadas, a causa da dormência da minha mão esquerda. Não tenho visitado nem escrito tanto quanto antes.

Pretendia passar cartão de votos de um bom 2007 mas... bom, aí vão os votos.
 
antonio stein , bom dia !
Fico à espera do teu post sobre as mães das tuas amigas... Por acaso viste o filme do Jack Nicholson que namorava com a filha e apaixonou-se pela mãe, uma cinquentona maravilhosa?
Claro que não posso generalizar, mas não posso deixar de constatar que andam aí muitas meninas casadoiras ou já desposadas cheias de angústias , depressões, inércia, indecisão, encharcadas em medicamentos e incapazes de se assumir como MULHERES.
Um beijo para ti.

Olha ,não gosto do tal croché, mas adoro fazer malha, tecer teias ou bordar ponto cruz. E é anti-depressivo...liberta a mente.
 
Malu,
Refiro-me aqui a umas certas mulheres, pois tal como digo , nos ultimos dias de dezembro três sobrinhos meus apareceram em casa das mães de malas e bagagens e olhando em volta vi que havia mais situações de risco. Naquelas três situações, eles não ajudavam em casa; FAZIAM tudo desde a comida até lavar a roupa, estender e passar e aspirar a casa. Qualquer destas mulheres não dá um passo sem ir pedir o parecer da mamã, nem q seja para ir cortar o cabelo, apesar de qualquer delas ser licenciada e desempenhar funções que exigem capacidade de liderança.
Qd me referi à educação que tive , não havia distinções pq a minha mãe só teve raparigas; qt à minha avó, teve netos de ambos os sexos mas como eu e a minha irmã fomos as duas últimas e com alguma diferença de idade dos outros primos não sei se ela faria distinções .
Nunca vi o meu pai "ajudar" em casa; esporadicamente fazia um petisco para o almoço mas quem quizesse que arrumasse a cozinha depois e era preciso ir descascar as cebolas e as batatas.
Nasci na cidade e fui aqui sempre criada. Agora , por outros laços familiares passo muito tempo numa pequena aldeia do interior, onde efectivamente há distinção de tarefas - os homens fazem os trabalhos do campo mais pesados, tratam dos animais, vão à lenha, andam com o tractor, etc. As mulheres tratam das casas , das comidas e vão às hortas regar ou cuidar das couves, das galinhas e dos coelhos. Nas familias que conheço lá, todos os rapazes e raparigas sabem fazer as coisas de casa, a comida, pôr a máquina da roupa ou da loiça a trabalhar , ligar o ferro ou o aspirador. A minha irmã tem apenas dois rapazes e ensinou-os a fazer tudo - desde as camas à comida e à limpeza. Na minha casa, todos "ajudamos" seja a fazer o jantar, a meter os pratos na máquina ou a roupa ou a preparar um trabalho que tem de estar pronto no dia seguinte, já que ambos temos a mesma formação e fomos colegas de curso . Não tenho nenhum filho rapaz mas tenho a certeza que nem eu nem o pai teriamos feito distinções .
Vejo que muitas mães superprotegeram os seus filhos e que é urgente repensar a educação que se transmite. Há ainda muito machismo, muita violencia sexual, muita prepotência masculina. Mas há tb muita subserviência feminina, muita enxaqueca disparatada, muitas reminiscências de um passado que não foi brilhante para as mulheres e , parece-me agora, novas formas que se desenvolveram que previligiam os aspectos profissionais, a carreira, a formação, sem ter em conta a vida familiar, as tarefas domésticas e a própria educação dos filhos, cujo nascimento se vai adiando, ficando tudo a cargo da mãe/sogra.
Espero ter respondido às dúvidas que se levantaram , embora o assunto não se esgote aqui, mas o comentário já vai longo.
Um abraço.
para quem não sabe, na net trato toda a gente por tu.
 
bom dia angela ursa neste novo ano.
Bons votos para ti depois de alguma ausência, mas já irei fazer-te um avisita.
 
tina

bom dia. espero que já estejas melhor e q vás sempre continuando a fazer exercicio . Tal como espero que saibas fazer bem as tuas escolhas para que o teu menino não venha a ser outro prepotente superprotegido... mas não creio de ti essa faceta.

Beijos e abraços para ti.
 
Cara Amiga Greentea,

Bom texto. O que quero dizer é que não existem tarefas masculinas ou femininas. Existem apenas TAREFAS. Quem tem que as fazer? Todos. Todos têm que fazer tudo. Só os muito ricos (ou os acima da média) têm possibilidades económicas para pagarem a alguém que lhes faça as coisas.

Logo, a solução é aprender-se. Até porque hoje em dia toda a gente (homens e/ou mulheres) está candidata a ter que viver sozinha (divórcios, viuvez, por opção, etc. etc.. E como se aprende? Fazendo... errando, tornando a fazer e por aí adiante.

Venho desejar-te um ano de 2007 com Saúde, Paz de Espírito e muito... muito Discernimento.

Quando quiseres já poder visitar-nos pois conseguimos superar quase todas as dificuldades para blogar.

Um grande Abraço

José António
 
Olá amiga estou de volta.
Este fim de ano conheci um casal que ela, além de dormir uma boa parte do dia, ainda dá de jantar ao marido (que trabalha o dia todo) e filha (8 anos), CERELAC, e ele depois ainda vai fazer limpesa á casa.
No final, ela diz que está com depressão!!!!

Beijos e um BOM ANO
 
pandora

é a esses casos que me refiro qd digo q CERTAS mulheres estão a entrar noutra dimensão ... essa ainda faz o cerelac , a outra trazia a comida da casa da mamã e o marido lavava os pratos; a roupa DELA ia para casa da mamã , a do marido ele que a lavasse...de manhã tinha de ir primeiro tomar o peq almoço à mamã, depois o papá levava-a para o serviço (é analista) e à tarde mal saia ia para casa da mamã, com enxaquecas . O marido além de fazer tudo em casa, é assistente de faculdade e está a fazer o doutoramento; podem bem pagar a uma empregada para fazer as limpezas e tratar das roupas mas ela tb não quer isso, nem quer que comprem um carro novo para terem de andar sempre no carro dos papás dela. Os pais dele estavam proibidos de entrar lá em casa...

Um abraço
 
jose antónio

ainda bem que é um homem a fazer o comment!

Acho , tal como tu, que hoje em dia todos temos de aprender a fazer as lides domésticas, porque cada vez há menos quem faça, e muitos homens e muitas mulheres por opção ou não , terão de o fazer. Aprecio e distingo aqui aquelas mulheres, tal como as minhas cunhadas e a minha irmã,(já não falando na minha sogra) que educaram os filhos a saber fazer tudo, preparando-os para todas as eventualidades.
Espero que o vosso problema de computador esteja definitivamente resolvido para que possamos partilhar esta alegria de contactar na blogosfera.

Um abraço para os dois.
 
greentea... verdadeiramente fascinante! Conseguiste por em palavras o que tento pregar ha tanto... e eu sou uma dessas mulheres, criada como flor de estufa, e apercebendo-se disso luta para sair e apanhar raios de sol.

Beijinhos
 
Que este anos Zero seja então um Ano de partida só para coisas boas em que todos os sonhos se concretizam.

Um excelente Ano de 2007

Bjs
 
aenima

parabéns a ti que lutas todos os dias para sair da redoma em que foste criada, parabéns a todas aquelas que o fazem , muita energia e muita paz interior para aquelas que ainda estão à procura de si próprias , para que não se deixem cair no sindrome da angústia e da depressão, ou melhor no sindroma da prepotencia maternal toda poderosa!
Lutei para usar mini-saia, para poder entrar de calças na escola, na faculdade qd isso nos era vedado, lutei para continuar a estudar porque o meu pai não queria, lutei para alugar uma casa com 21 anos, lutei pela minha dignidade e pelo respeito por mim própria e nunca até hoje me senti discriminada por ser Mulher. E trabalho quase só com homens, na minha profissão
Um abraço para ti.
 
mystic


assim o espero, com fervor. para mim e para todos nós.

Um abraço
 
Ola minha querida amiga.
Desejo um ano zero muito feliz para você! Cheio de números! Muitos números de amigos, muito numeros de alegria, muito numeros de realizaçoes!
Um beijo enorme para ti!
Feliz 2007!
Tom
 
Tom

obrigada pelos votos, de facto , é com os numeros que trabalho e espero que eles sejam todos bons .

Um abraço para ti
 
Excelente texto e sabes é disto que tenho medo, tornar minha filhota dependente de mim... a ver vamos se consigo dar conta do recado.
Ano zero ou não estou positiva que para esta escorpiã, o ano vai ser em cheio :-)
Beijocas grandes e um ano excelente para ti
 
sorrisos

não tens q ter medo . Importante é começar a responsabilizar as nossas meninas desde cedo , a prepará-las como se aos 18 qd entram para a Faculdade tivessem de ir para longe e fazer a sua vida sem nós, cozinhar, lavar a roupa etc etc como se as mães tivessem deixado de existir, aprendendo tb gradualmente a gerir o seu dinheiro , a andar nos transportes, na rua, nas compras. Não tenho, mas se tivesse rapazes teria feito o mesmo com eles.

Um abraço e gosto dessa energia.
Ainda não fui ao teu novo espaço, pq tenho estado fora mas lá irei.
 
Eu estou muito determinada a vencer minhas fraquezas, lutar pelos meus projetos e gostar um pouco mais de mim!

Beijos, andei sumida, mas sempre passo por aqui, estive com visitas em casa, então eu só lia um pouquinho quando tive tempo!!!

FELIZ ANO NOVO!!!
 
ghiza

começa então por gostar de ti. por te amar , por te perdoar, por encontrar a tua paz!!
Um beijo grande para ti e tudo de bom neste Ano, não esquecendo a bela Helena.
 
Li a tua exposição atentamente.
Também vi e ouvi o Hermano Saraiva falar do nanismo e TAMBÉM na minha família tive um caso como aqueles três que relatas. Também ele se separou, também ele é que fazia as tarefas da casa, também ele é que ia às compras. Ficou sozinho mas, como ele diz, nada (quase) irá mudar na sua vida, porque extra-trabalho continuará a fazer as mesmas tarefas...

Que o eterno feminino nada perca das conquistas que alcançou! Que o seu instinto reavive mais um sentido às suas capacidades, mas não deixe que o TER ocupe o espaço que a Presença necessita para se afirmar plenamente!
 
Este ano tb me sinto como perante uma página em branco. ;)
Tudo de bom para todos!
Obrigada pela visitinha. Volta sempre! Bj
 
Greentea,,

Bom ano antes de tudo... e obrigada!

Hibernei, uns tempos, mas valeu a pena, para redescobrir o teu espantoso espaço, e partilhar de todas as emoções que me proporcionas... nos textos e comentários...e respostas a comentários.

Não há duvida que durante mt tempo a mulher foi "educada" para servir o homem e ser a fada do lar...

Abençoada emancipação da mulher... tb detesto as tarefas domésticas e todos os homens as deviam fazer... Para saberem o que custa ser "PROFISSIONAL DA CASA"...

citando agora o António Rosa...

"Avós, mães, tias e madrinhas ensinavam às filhas como "orientarem" a casa, os filhos, a família e, mais tarde, o mundo do trabalho."

Sou avó mãe tia e madrinha, apenas consegui passar a mensagem que com emancipação ou sem... a mulher está sempre em desvantagem se optar por seguir uma carreira profissional... paralelamente com a "de dona de casa" tem que "lutar" o dobro!

Eu explico, no mundo do trabalho passou a existir um conflito que não existia... a competicão entre homens e mulheres, que as nossas avós, nunca nos prepararam para isso... a mulher dá o máximo, desgasta-se tanto como o homem, para conseguir um lugar de chefia... depois chega a casa, excluindo as tarefas domesticas que alguns homens já fazem, tem a filha a gritar com dores do periodo... entre uma panela e uma cebola, lá lhe atira um benurom...

Quando volta ao serviço, olha-se no espelho do elevador, repara que tem os primeiros cabelos brancos a aparecer... que mete "medo ao susto", que não tem cara de gente... desesperada, gasta um terço do ordenado a tratar do cabelo, das unhas que já comeu metade, etc.

Mais tarde, da-lhe um sufoco do primeiro "afrontamento da menopausa"... mas tem que disfarçar, se não gasta em anti depresssivos, vai para os esterogeneos embalados que se compram na farmacia ou ervanária...para se ir aguentando...

Se consegue chegar a um lugar do topo, mais ou menos em bom estado fisico...isto é... "bem conservada" estampam-lhe logo um rótulo nas costas dizendo " que subiu na horizontal"...

Isto não é facil ser-se mulher !!!

Espero que se tenham diverdido...

Parabens a todas as vencedoras!!! onde tu estás incluida!... claro...

Um grande grande abraço, daquela mulher que brinca, mal arrebita (tu sabes quem)
 
amaral

há aqui algo q me desconcerta - na minha geração, na tua , as mulheres lutaram por algo diferente, por serem admitidas no mundo do trabalho sem ser em lugares subalternos, lutaram pelos seus direitos, lutaram em casa quando deixaram de ter empregadas para as ajudar e entenderam que a "luta" doméstica era para ele e para ela, tal como ir buscar os filhos ao colégio ou tratar deles qd estavam doentes. Mas hoje assistimos a realidades diversas , não podendo as carreiras femininas e o ardor profissional justificar tudo nem sendo aceitável que ELES tratem de tudo nem que se façam substituir pelas mães

Um abraço para ti
 
dawa

obrigada pela visita e pelos votos. Tem um bom ano.
 
Este post foi tao interessante, quanto os seus comentarios e respostas novamente dadas pela autora. Tou a gostar de ler ...mto interessante ...
Beijoca Green
 
não quero

aprecio o espirito de humor de umma avó com tu!!sou apenas mãe e tia, nem avó nem madrinha. Cheguei a lugares de chefia sem grande esforço, por sinal, à conta das bocas que às vezes mando para o ar e de uns relatórios que de vez em quando faço. Um dia , trabalhava em África numa grande empresa , fui chamada ao Conselho de Administração para uma reunião com o Presidente. Disse tudo o que tinha para dizer apesar da minha cara de branca num país estrangeiro. No dia seguinte, tinha sido promovida e tinha um carro de serviço à porta de casa. Houve muito falatório e os seguranças encresparam-se nos controles de estrada porque naquela empresa eu era a única mulher chefe de serviço que tinha carro de serviço...Trabalhei duro nessa altura mas passado pouco tempo fui convidada para outro lugar ainda mais interessante e aceitei. Nunca me senti em competição com os meus colegas masculinos nem inferiorizada com os que ocupavam outros cargos de direcção. Mais tarde voltei à Europa, ao meu país. Fiquei grávida e tive a minha filha. Foi aí que senti q estava a ser ultrapassada sem tempo para mim, sempre desgrenhada, suja de leite ou de lama dos sapatinhos dela, durante dois ou três anos o tempo fugia-me . Não chegava a horas às reuniões, andava com olhos de meter medo, cara arrelampada de noites sem dormir para conseguir ter os trabalhos em dia. Fazia o jantar à pressa, enquanto lhe dava banho e acendia a lareira, brincava um pouco com ela , contava-lhe uma história e deitava-a. Depois pegava novamente nos trabalhos até às tantas. Não tinha ninguém, nem mãe nem avó nem tia nem madrinha; o pai da criança estava em Luanda e vinha cá cada 3 ou 4 meses, por oito dias. Sobrevivemos ambas e ele também , até hoje.
Não é fácil ser mulher , tens razão. Mas não aceitaria nunca subir na horizontal ou relegar para outrém o cuidar da casa e dos filhos ou permitir que a maezinha ou a sogra viessem fazer o jantar ou mudar as fraldas da menina sistematicamente.
Já me diverti contigo, gosto de te ver assim , com esse espirito. Espero que o mantenhas ao longo do ano.

Um xi para ti
 
a cor do mar

acho que este tema não tem fim, mas provavelmente talvez só as gerações mais velhas que saõ provavelmente mães tias madrinhas avós é que encontram esse fino gosto ao texto e aos comments...

beijinhos
 
Greentea, obrigado pela tua resposta. Li o comentario que escreveste a menina que comentou depois de mim , a sorrisos. E posso dizer-te uma ou outra coisa acerca disso porque eu sou o produto final de uns pais super protectores. No entanto, eu vivi de mesada para as minhas coisas do meu pai a partir dos 12 anos. Aos 18 fui estudar para uma universidade longe, porque preferi nao ficar na ao pe de casa, que ate era a melhor, para a experiencia de viver sozinha. Nunca tinha sequer estrelado um ovo antes e aprendi a cozinhar, lavar roupa e ate passar a ferro (que odeio e tenho mil e um truques para evitar!), manter uma casa limpa e arrumada... essas coisas basicas.

Onde me sinto dependente da mae/pai eh emocionalmente. Talvez exactamente porque eles me deram tudo, esforcaram-se tanto para eu e a minha irma termos tudo, do bom e do melhor, numa bandeija de mao dada, eu sinto hoje a necessidade que as minhas opcoes de vida sejam aceites por eles. Ja me apeteceu desistir deste doutoramento um milhar de vezes, arranjei outro emprego, noutro pais, noutra area. Mas eles teriam tanto gosto em ter uma filha doutorada que ca estou eu a fazer um ultimo esforco por eles (e por mim tb, obvio, mas se nao fosse o amor ao pai acho k nao estaria, honestamente). Vivi casada 3 anos com um homem fantastico que nao amava, porque ele era tao bom homem, o tipo ideal com que os meus pais gostariam de ver uma filha casada. Ja tive coragem de terminar a relacao. Vou conseguir terminar este maldito doutoramento, e vou-me livrar deste peso da retribuicao dos ombros. E eu sei que eles queriam ter netos e que eu vivesse perto, mas eu nao consigo seguir uma vida assim para mim... pelo menos, nao para ja.

Era nesse sentido, no emocional, que eu dizia que estava numa estufa. E que muitas mulheres estao numa estufa tambem. E preciso dar mais liberdade de escolha aos filhos e aos pais. Ate hoje o unico "desgosto" que tinha dado aos meus pais foi ter comecado a fumar aos 14 anos e ter parado com a tese quase 2 anos. Os pais tb tem que se aperceber que por muito que facam de bem aos filhos, eles tb precisam de ter a liberdade de serem livres de errar. Eu tive, eu tive TODA a liberdade do mundo... eu podia ir para discotecas aos 13 anos, eu podia vijar pela europa sozinha aos 15, eu tive uma mae que me levou ao ginecologista para eu tomar a pilula aos 16 (sem sequer eu ter namorado ou comentar que queria ou nao comecar a minha vida sexual), eu tive carro e casa aos 18... Isso fez-me sentir tao mas tao responsavel que quase vivi para ser a filha perfeita.

Sabes, tenho uma sortinha desgracada nesta vida e nao me devia queixar, e nao queixo nunca dos pais, nunca!, mas so para alertar que eh preciso doseamento para tudo.
 
eu já te respondo. gosteii muito do teu depoimento mas agora estou à pressa e acho q não mereces isso.

um beijo grande para ti. já venho
 
Bom dia minha querida,

Vim ler a resposta, mas agora não precisas de responder, vejo que andas mt aterefada... sempre a correr...

Eu sei que tu és um exemplo, para todas nós mulheres, e tenho-te em profunda consideração.

Quando falei no rótulo, era para chamar a atenção disso mesmo... nem sequer gostei que referisses o teu caso, mas tens noção que muitas mulheres passam pela fama de dormir com os chefes, para subir... E NÃO É VERDADE! elas trabalham no duro, como tu trabalhaste...

Lá tenho eu que brincar... não é o teu caso mas é o meu... Eu dormi 30 anos com o chefe... que por sinal ainda é meu marido... mas já não é meu chefe...

Olha, agora a sério... não sei se vou manter o humor... mas ando a tentar, já me conheces... o que me faz rir... impede-me de chorar!!!

Parabens pelo excelente tema, porque acho que conseguiste pôr mt gente a falar imenso, de si ou não... mas falam (escrevem)

Beijos
 
Há muita verdade nisto aqui exposto. Os tempos mudaram e era bom que as mentalidades se tornassem mais soltas, mais abertas, para que o grito de liberdade e de emancipação se faça ouvir urbi et orbi.

Amen!
 
aenima

como dizem algumas pessoas , nós , ao nascer, escolhemos os pais que mais nos convém, se considerarmos que já tivémos outras vidas e que deixámos algo por fazer, com saldo negativo, se quizeres.
Nascemos pois no momento certo para repôr esse saldo e "pagar" a dívida.
Penso que os teus pais foram excelentes pais tal como terá sido esse teu excelente ex-marido. Mas tivéste e tens tido a coragem de lutar para ser tu própria, parate libertar de certas amarras , de certo fazer porque eles gostam. Vais acabar o doutoramento tal como aprendeste a estrelar ovos e a arranjar truques para não passar a ferro (tb os tenho). Vais começar então a viver plenamente a tua vida e não a vida que eles gostariam para ti , porque és uma pessoa única, determinada, que tem sabido lutar e dizer não qd é necessário. E os teus pais aprenderão tb a considerar que a filha não é deles , mas de si própria e não "exigirão" mais nada dela , aceitando as opções que ela vier a tomar.
Penso que estás no caminho certo e que tens sabido tomar as tuas opções e continuarás assim , sendo tu mesma nos anos que estão para vir.
Não lamentes aquilo que já foste, aquilo que és. Acaba o tal do doutoramento que será uma mais valia para ti, aproveitando a estadia fora para conhecer outras gentes e outros mundos, E depois , se te der na bolha, vais dar a volta ao mundo num veleiro, vais até à Patagónia ou à Ilha de Páscoa, vês o sol da meia-noite ou passas meio ano nas ilhas Fidji a gozar dos rendimentos e a ganhar para o bronze...
Não te vejo assim tão dependente emocionalmente nem em estado depressivo - qd queres sabes muito bem dizer não e virar a 180º - o que não será o caso de nenhuma das ditas esposas a que me referia no post.

Um abraço para ti , muita força e despacha lá isso do doutoramento!! para fazeres só o que muito bem te apeteça.
 
Bom dia Greentea!
Como tens razao! Algures no transito da libertacao da mulher se caiu no caos e na aniquilacao. Os valores da educacao tradicional foram abandonados talvez por serem considerados retrogrados. No entanto, nao ha nada de mal em saber fazer todas as coisas que as nossas avos faziam. A libertacao esta em poder escolher faze-lo, poder faze-lo por prazer e nao por obrigacao e poder também dividir as tarefas.
Felizmente eu aprendi a a fazer tudo, desde cozinhar, a lidar com electricidade e fios, croche, bordados, costura, you name it, até a fiar, e tecer! O saber nao ocupa lugar... e onde ha ocupacao nao nao ha depressao!
Bjicos grandes!
 
não quero

bem me queria parecer q eras dessas que dormem com o chefe e depois queixam-se...ao fim de trinta anos!
Olha confidencialmente , digo-te aqui para nós que ninguém nos ouve que não dormi com o chefe mas há trinta anos que durmo com o colega. Colega de curso, colega de profissão, colega de trabalho. Como na canção do Sérgio Godinho, já pintámos a manta, trocámos de roupa, trocámos de casa, trocámos sorrisos e olhares cúmplices, trocámos de trabalho - ninguém percebe quando sou eu ou ele quem faz os trabalhos, os relatórios... mas ainda temos a capacidade de sorrir , de falar, de amar.

Já agora e só por graça, não ando atarefada porque não posso. Dei um tal geito às costelas na noite de fim de ano que não me posso mexer. Acabei de vir do médico e agora estou um pouco mais aliviada com uma injecção que levei mas tenho ali uma catrefada de exames para fazer. Mantenho uma certa dose de humor para não me ir abaixo mas nem sequer consigo conduzir...e como mal me visto o melhor é andar de tanga!
Sorrisos para ti e muito humor!
 
rouxinol

parece que a emancipação foi desviada, tal como os avioes aque os piratas levam para outra rota...
é tempo de mudar de rumo.

Um abraço de bom ano
 
conceição

veremos então esses sorrisos de 2007, para 2007.

Um abraço e tudop bom para ti
 
olá rosário,

espero q tenhas tido uma boa entrada em 2007.
Claro que nada se perde em saber fiar, cozinhar, tecer, fazer renda, malha e costura. Qd andei na escola até aprendi a passajar e cerzir. E qd fui para a minha primeira casa fui eu q instalei todos os candeeiros; apesar de rebentar com os fusiveis trinta mil vezes , consegui !! E isso é importante.
Muitas mulheres acham-se diminuidas por terem de fazer a comida ou passar a ferro ou estender uma roupa - são tarefas q todos temos de fazer tal como cortamos a sunhas ou lavamos os dentes ou tiramos a cera dos ouvidos... Não somos menos por isso e não é decerto por não o fazermos que somos mais livres, mais crescidos, mais emancipados.

Um abraço para ti
 
Nao poderia concordar mais contigo. Ainda ontem precisamente tive uma conversa com a minha esposa (nota que somos de outra geracao) a focar precisamente esse tema, sim estamos a criar uma geracao de gente mimada, a quem a vida nada custou, e pensam que sera assim sempre.
Quantos trambolhoes teram que dar, para aprenderam que a vida para ser vivida na plenitude, nao deve nunca ser assim.

Um abraco serrano.
 
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