segunda-feira, julho 24, 2006
O eléctrico chamado PAZ
Para sentir a delicia e o terror da velocidade não preciso de automóveis velozes nem de combóios expressos. Basta-me um carro eléctrico e a espantosa faculdade de abstracção que tenho e cultivo
.
O Livro do Desassossego - Bernardo Soares - texto de 27.6.1930, mantendo a escrita original.
Fotos :aqui

N'um carro eléctrico em marcha eu sei, por uma atitude constante e instantânea de analyse, separar a idea de carro da idea de velocidade, separál-as de todo, até serem cousas reaes diversas. Depois, posso sentir-me seguindo não dentro do carro mas dentro da mera-velocidade delle. E, cançado, se acaso quero o delirio da velocidade enorme, posso transportar a idea para o Puro imitar da velocidade e a meu bom prazer, augmental-a ou diminuil-a, alargal-a para além de todas as velocidades possíveis de todos os vehiculos comboios.

A vida é para nós o que concebemos nella. Para o rustico cujo campo proprio lhe é tudo, esse campo é um império. Para o Cesar cujo império lhe é ainda pouco, esse imperio é um campo. O pobre possue um império; o grande possue um campo. Na verdade, não possuimos mais que as nossas sensações; nellas, pois, que não no que elas vêem, temos que fundamentar a realidade da nossa vida.

A vida é para nós o que concebemos nella. Para o rustico cujo campo proprio lhe é tudo, esse campo é um império. Para o Cesar cujo império lhe é ainda pouco, esse imperio é um campo. O pobre possue um império; o grande possue um campo. Na verdade, não possuimos mais que as nossas sensações; nellas, pois, que não no que elas vêem, temos que fundamentar a realidade da nossa vida.
O Livro do Desassossego - Bernardo Soares - texto de 27.6.1930, mantendo a escrita original.
Fotos :aqui
Fundamentar a realidade da nossa vida e encontrarmos a PAZ : além
e vermos este video http://www.youtube.com/watch?v=dqCiKiEAYYk e e baixarmos a velocidade para sentirmos a sensação de REFLECTIR.
Comments:
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Olha que coisa. Sincronia perfeita. Já ia dormir que amanhã, hoje logo mais tenho médico.
Mais um post desta série maravilha do Bernardo Soares com fotos fantásticas da terrinha. Valeu, green tea.
Mais um post desta série maravilha do Bernardo Soares com fotos fantásticas da terrinha. Valeu, green tea.
ahahahah!
Tinha este texto seleccionado para os próximos dias...
Estamo-nos a aproximar vertiginosamente uma da outra (à velocidade do eléctrico)!
Um beijo
:)))
Tinha este texto seleccionado para os próximos dias...
Estamo-nos a aproximar vertiginosamente uma da outra (à velocidade do eléctrico)!
Um beijo
:)))
O teu «além» tinha muito sentido!
Todos nós deveríamos fazer muito mais para garantir aquele «além»!
Um beijo
T.
Todos nós deveríamos fazer muito mais para garantir aquele «além»!
Um beijo
T.
Lembro-me de uma vez em pequena, aí em Lisboa, ter andado de eléctrico e adorado a experiência (tenho de voltar p repetir) Mais uma vez texto e imagens fasntásticos.
Gracias, por tu colaboraciòn a este llamado por la paz!
Beijos
PD:Si no te opones te sumo a mis blogs de "poesiayprosa" y "estiloyderecho"
Beijos
PD:Si no te opones te sumo a mis blogs de "poesiayprosa" y "estiloyderecho"
Olá querida,
hoje estava dificil comentar-te,esta blogspot às vezes fica marada...
Um texto sempre tão actual.. eu adoro ver os eléctricos a passarem aqui na Foz... e adoro andar de eléctrico.. Bjhs e boa semana
hoje estava dificil comentar-te,esta blogspot às vezes fica marada...
Um texto sempre tão actual.. eu adoro ver os eléctricos a passarem aqui na Foz... e adoro andar de eléctrico.. Bjhs e boa semana
A partir de um eléctrico (que eu adoro, confesso), uma profunda reflexão sobre a vida e como vivê-la. Que o homem era genial,não há dúvidas! :)**
Às vezes me pergunto aonde vamos com tanta pressa? Pena que aqui no Rio não haja mais elétricos, a não ser um que serve somente a um bairro chamado Santa Tereza.
beijos pitanga
quanto ao vídeo o comentário é que ele dói.
beijos pitanga
quanto ao vídeo o comentário é que ele dói.
Fundamentar a realidade da nossa vida... creio que os complementos ao texto complementaram bem a realidade das nossas vidas, da nossa Terra... só me pergunto que raio estamos nós a fazer ás crianças?!
Um xi grande...
Um xi grande...
passar por aqui é viver tempos de saudade. quantas vezes apanhei o eléctrico no terreiro do paço para algés e cruz quebrada! Que viagens maravilhosas! Que desassossego!
Beijos
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Beijos
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