terça-feira, junho 27, 2006

 

desapego

A casa é o nosso refúgio, lugar de conforto e largueza, para se estirar, ficar à vontade, andar descalço ou sem roupa, descansar, ler e dançar. É também o canto no qual nos expressamos e, quando conseguimos mostrar nossa essência nos móveis e detalhes em volta, as pessoas costumam comentar: "A sua casa tem a sua cara". Um rosto, convenhamos, nem sempre certinho, arrumado e liso. Porque é nosso, puxa vida! E cada um tem sua maneira de viver e se expressar.

Mas existem fases em que entramos pela porta de casa e a visão que se tem não é lá muito agradável. Coisas entulhadas sem serventia, excesso de papéis, peças que estão na prateleira há anos sem ser tocadas, livros que nem sequer foram abertos, roupas que nunca foram usadas. É o caso de questionar: será que perdemos a liga com a moradia ou é o nosso interior que anda meio perturbado? Podem ser as duas coisas, ou apenas uma delas, mas o importante é arregaçar as mangas e começar a agir. E saiba que boa parte do trabalho será feita em você: a faxina começa de dentro para fora. Não adianta empilhar mil e um objectos para doação se daqui a um mês uma nova e incrível leva estiver atravancando outra vez o seu ambiente.


O budismo diz que o apego pode nos asfixiar, especialmente quando a relação com os objectos é compulsiva, de pura posse. Nesse caso, há medo da perda, ciúme, insegurança e outros sentimentos espinhosos. Igualzinho ao apego neurótico à pessoa amada.


Tomio Kikuchi, fundador do Instituto do Princípio Único e um dos introdutores da macrobiótica no Brasil, acha que o consumo deve ser equilibrado para que haja boa eliminação. "Quando retemos demais, ficamos doentes. Isso vale para os alimentos, os pensamentos e até os objetos", diz ele. A eliminação é vital para manter o organismo desintoxicado e saudável. Assim também funciona com a mente, o espírito e a casa.

Os índios sempre souberam disto: a acumulação não existe na natureza, porque tudo o que é retido vira fonte de destruição. Foi só quando se tornou sedentário que o homem começou a se entulhar de coisas, que passaram a ser necessárias quando nunca haviam sido.



(Texto adaptado de Chantal Brissac Produção Viviane Gonçalves Projeto Alice Martins e Flavio Butti )

Comments:
Passei para saber como está o caso do Simão? Não cheguei a escrever nenhum apelo mas ainda o posso fazer...beijo...
 
Greentea

Tudo o que é em demasia prejudica, empilhar objectos, apego a estes,, acumular...

Há muitos anos, ainda estudante, um meu professor fez-nos um "teste" muito interessante. Entre muitas perguntas fez estas: "Têm um jardim vosso, com muitas plantas que deixam cair muitas folhas, como fazem?
1- Diariamente apanham o lixo e deitam-no no caixote?
2- Varrem semanalmente, juntam o lixo em montinhos e só passados dias o deitam no caixote?
3- Deixam que as folhas se amontoem excessivamente e só passado muito tempo se decidem a deitá-las no caixote?"

Lembro-me que respondi que diariamente apanho o lixo e deito-o no caixote.
Sempre tive esta atitude, nunca acumulo seja o que for...Parece-me que é a melhor forma para viver de forma saudável e feliz.

~*Um beijo*~
 
Eu sou muito apegada ás minhas coisas, mesmo que pareçam insignificantes. Estou a tentar mudar, e já começo a oferecer ou deitar fora algumas coisas.
Mas custa tanto...

Beijinhos ;)
 
Olá
há coisas das quais nunca me consigo desprender, mas no geral não sou assim muito apegada, todos os anos faço arrumações gerais que normalmente depois vou doar para instituições da zona.. às vezes é bom deitar o "lixo" fora, alivia-nos. Bjhs
 
também apanho as folhas do quintal todos os dias
e como ao longo dos anos mudei muitas vezes de casa ...desapeguei-me de muita coisa desnecessária.

E as roupas e sapatos que se não usam , que não servem, há sempre uma instituição que as receba.

Tenho reparado que algumas pessoas atiram com a roupa para a rua, fica junto ao vidrão ou do caixote do lixo, ou no cimo do passeio de qualquer maneira.

Acho que essas roupas tal com a mesa um pouco estragada ou o carrinho de bebe q já não se usa , seriam utilizados por outras pessoas se fossem entregues com mais "amor". E há serviços qie vêm buscar tudo isso a nossa casa e distribuem por familias carenciadas.
 
Acrescento uma palavra: Partilhar
Excelente post. Gostei
Bjs
 
Não tenho prisão de ventre mas apego absoluto às minhas memórias e meus livros e discos, sim. Uma caixa de madeira para guardar lápis, a tenho desde os oito anos de idade. É verdade, preciso de jogar coisas fora. Enquanto houver espaço na casa, vou guardando. O que finalmente detonei sem dó agora, depois de burra velha, foram os falsos amigos.
 
Ultimamente tenho aprendido a desapegar-me do que me perturba... e acho que já está a fazer efeito.
Quanto ao post anterior li-o vezes sem conta e tentei dizer alguma coisa...mas não consegui...só me lembrava menina o que tu tens que crescer... um xi...
 
achas , desassossego??

porque também não tenho palavras para te responder

alguém está a interpretar linearmente aquilo que eu postei
mas esse alguém não sou eu!
 
tina,

tens razão

depois de burra velha também eu detonei muita coisa, entre elas falsas amizades, falsidades, falsas questões, falsas luas, falsos sóis...

tem um bom dia , sem prisão de ventre que eu tb não a tenho
 
tita

por isso também se constrói um blog

bjs
 
As melhores coisas da vida e do mundo não têm dono...!

sao de todos e não pertencem a ninguem!

gostei muito!

um beijinho

Van
 
Amiga, nasceu!!
Sábado as 05h23m, estou em casa descansando, e foi dez! apenas 4 horas de trabalho de parto, fiz parto de cócoras, foi demais! Nem anestesia tomei! Meu pós parto está sendo ótimo!
Ela é linda e eu sou a mulher mais feliz (e assustada tbm! rs*) do mundo!um grande beijo de nós trÊs. o pai babão, a mãe bobona e a HElena, mais linda!
 
A menina que tem que crescer sou eu... sem sombra de dúvida... um xi e obrigada pelas palavras no outro lado que fizeram todo o sentido... ninguém é de ninguém mesmo quando se ama alguém...
 
:-) a minha casa é o meu espelho. E é lá onde me sinto melhor

Beijocas
 
Obrigada pelos teus ensinamentos neste teu textos.bjos
 
vanda

disseste uma grande verdade que se prende tb com o que disse a desassossego:

"as melhores coisas do mundo não têm dono", incluido obviamente as pessoas porque a posse não pode existir nas relações entre humanos,não somos escravos não somos matéria que se ponha à venda num lote...somos talvez de nós próprios e mesmo aí temos de contar com os q nos circundam...
 
desassossego
obrigada pela tua resposta
mas achei importante dizer-to se é que tu não o sabias...
Podemos amar alguém, esssa pessoa pode ser muito importante para nós
mas nunca é "nossa" não há certidão nem anilha no dedo que diga isso; os laços criam-se mas em harmonia em cumplicidade em perspectivas comuns anseios gostos (alguns) gestos conversas discussões ideias divergentes... o livro do Pricipezinho documenta muito bem isso quando a rapposa,creio q é a raposa lhe diz : "não me queiras prender"...

nem mesmo a um filho podemos "prender" porque ele se desprende de nós desde o momento em q o cordão é cortado e a partir daí tem de saber anadr por ele, mesmo que caia, comer sózinho mesmo que se suje , primeiro temos de o levar ao jardim infantil mas depois vai sozinho para a escola, para o shopping, para a praia, acampar, namorar ... e segue a vida dele, própria, não é nunca nosso.

um beijo para ti.
 
te felicito una vez mas
desapego...palabra llena de sentimiento...
nuestra casa siempre mostrara lo que uno es
en toda su esencia, le damos vida y es donde compartimos vida con los que amamos
nuestra casa es el alma que cobija
mil gracias por ese bello poema que hoy me regalaste
mil gracias por ser una linda amiga, desde mi corazon que esta en invierno y tiene calorcito te dejo mi abrazo
un bello dia miercoles
mil besos



besos y sueños
 
E tantos confundem apego com amor! beijinho
 
a diferença está aí , 125
 
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