terça-feira, fevereiro 28, 2006

 

PEDRAS NO CAMINHO



















Um passeio até Sortelha através das serranias da Guarda, passando pelo Castro de Tintinolho, perto de Cavadoude, junto à Via Romana que seguiria até Salamanca e ainda em muito bom estado.
Em péssimo estado estava a outra via por onde nos metemos e o resultado está bem à vista : duas rodas metidas numa vala quando o terreno deu de si - nada que não se resolvesse depois de uma paragem forçada e a colaboração de todos!
A Serra e as Pedras dão-nos uma outra dimensão da realidade confirmada pela raios de um sol tosco a incidir nos cumes queimados pela neve e pelo vento agreste, áridos , sem uma flor, sem um galho de vida nova , como a figueira. O portão está fechado para sempre , a escola deserta e no recreio que outrora acolheu gerações de garotos ávidos de jogar ao pião e à macaca, apenas a erva e o musgo crescem.
Aqui, a escola fechou simplesmente porque não tem alunos, não há crianças. A antiga professora vive ainda na aldeia, já reformada e vai-se entretendo a cuidar da horta. As portas fecharam-se atrás dos proprietários que partiram para outros lugares, em demanda de melhores dias. Outras portas cairam de podres, de falta de uso deixando antever o espaço atrás de si...
Reencontra-se a pureza dos locais, dos olhares, a serenidade do passado e o dia a dia movido com outras formas. Que bom fazer renascer estes locais!

Comments:
"Pedras no Caminho": belo título! Também pelo significado que possamos atribuir-lhe. A imensidão da natureza: como é bom olhar o mundo de um modo tão vasto! Até arrepia. Cada vez mais me apetece embrulhar-me na natureza, misturar-me com ela, unir-me com ela.
 
e estariamos tão bem , fotoescrita, se nos "embrulhássemos" na natureza...
tem um bom dia!
 
Um bom dia ! Que maravilha!! É emociante ver as pedras que contam a história desse País tão amado!!

Bjs
 
... estivemos pertinho...

comigo trouxe apenas a cor e o olor das mimosas - nada mais.

beijo para ti, um carinho especial para 'o menino'.
 
Bom Dia!

Boa Quarta-feira!

Nada de cinzas!

Tudo a brilhar e com muita cor!

~*Um beijo*~
 
Uma especie de "trial", sem querer...mas as fotos deixam-me uma certa nostalgia, porque tinha um sonho, tinha...era uma casinha destas de pedra...desde garota ouvias as colegas de colegio dizer, no verão vou para a "terra"...eu respondia eu não tenho terra...
Nasci aqui e a familia mais chegada tambem...assim no verão ia como ja contei para Sintra, que tambem é muito lindo e tenho boas recordações,
Um abraço
 
eu também não tenho "terra" porque sou daqui. mas adoptei esta! e gosto destes lugares destas casas de granito agora desabitadas, algumas a serem recuperadas pelos qu regressam às origens ou pelos novos que se enquadram em novos ambientes. um clima de paz, de natureza , de harmonia com o solo e com o céu, a alvura de algumas manhãs brancas de neve e geada, sem falsas hipocrisias
 
Querida amiga Greentea!

Como o mundo é pequeno ...

Com que então, tbm estavas nesse amontoado de gente,a ouvir o Zeca, na Cantina da Faculdade de Ciências naquela noite em ( 1969 ??? )
Cantou também nessa noite o Manuel Freire... a "Lágrima de preta para analisar" e a "Pedra Filosofal" de A.Gedeão, lembras-te ?

As voltas que a vida dá...

Eu estava na 1ª fila e a minha mão estendeu-se para a do Zeca, para lhe emprestar o meu livrinho de baladas, comprado na Associação de Estudantes.
Ali tão perto dele, apenas a ( 1,5 m ) só eu o tinha...

Foi por esse livrinho, (que tinha na capa um negro com barrete), que lhe serviu de memorandum para cantar,( o Zeca não sabia as letras, de cor...)

Parece que estou a ouvi-lo ainda, em cima daquela palco improvisado.
O medo, estava ali, entre todos bem presente, pois constava-se que a PIDE estava na cantina, lembras-te ?

Depois no fim de cantar, devolveu-me o livro e eu estendi-lhe a minha mão, numa gratidão que é eterna.

São muitos momentos como esses de coragem que a memória ainda guarda.

Só assim foi possível conquistar a liberdade.

Esse livro, tem ainda para mim, um valor inestimável, COMO DEVES CALCULAR.


Bji
 
olá!
a ideia da aldeia ... de senti-la, de reanimá-la é-me tão grata, corre-me nas veias... levo dias a sonhar com isso... a sonhar esse sonho... o do regresso!
nasci num lugar pequnino, num monte no alentejo... as minhas gentes são da aldeia e é de lá que a criança em mim também se alimenta: dos sons, cores, cheiros, sabores, texturas... da memória de mim estentida no chão, num manto de flores ... a ver as nuvens passar!
de vez em quando vou matar saudades, ver as minhas gentes... abraçar os meus avós, tios...
A "minha aldeia", a do meu sonho, a do regresso que é um começo,sinto, está próxima!
Que belo passeio Greentea, este entre as pedras do caminho!
sobre elas, as pedras no caminho, Fernando Pessoa fala por mim! vou publicar esse poema!
beijos!
tem um dia feliz!
 
olha sa.ra eu também podia fazer um castelo bem grande com as pedras do MEU caminho, mas não , não quero... só se fosse para abarcar a liberdade de ser, de viver , de amar, de dar !

como diz o Olhos da noite, naquela noite a pide estava lá, na Cantina da Fac mas mesmo assim nós ficámos, com medo, mas ficámos. E porque muitos ficámos nessas e noutras noites é que muita coisa hoje é possivel e é possivel continuarmos a ser ainda crianças e alimentar sonhos dentro de nós.
Como o de voltar às origens, à paz, à terra, ao sol, à pureza das águas cristalinas, ao sorriso de uma mãe , de uma tia, de alguém que um dia olhou por nós...
 
sabes Greentea, as pedras no meu caminho, vejo, foram, têm sido bençãos... não me pesam! foram, são degruas na descida ao fundo de mim mesma, a cada obstáculo, a cada dificuldade. essas pedras obrigaram-se a parar, para olhá-las, para olhar para dentro e para, tantas vezes mudar de direcção... ou tão simplesmente para seguir o caminho, este, o da via interior, o da integração!
cada vez mais percebo a benção que foram certas pedras... como Pessoa entendo-as como oportunidades da vida, ás vezes duras... mas ainda assim grandes oportunidade para encontrar dentro de mim o que teimosamante reclamei dos outros!têm sido os degraus da minha "pirâmide", o "castelo" da minha alma!um lugar que é uma viagem, um caminho, um tapete tecido, tantas vezes, sentada na pedra!
sou mais nova ... pequena ainda... eu não estava lá, na noite, em que, mesmo com medo, ficaram! acho que o fizeram por amor à liberdade... por Amor. de resto, isso é mesmo o que mais importa, o amor, não é?
 
as pedras em que tropeçamos , caimos, partimos uma pedra ou um braço são SEMPRE necessárias, por alguma razão. para vermos o q não viamos , para encontrar a pessoa o lugar certo, para crescermos interiormente, para tanta coisa... às vezes as coisas não acontecem mas o "mal" está em nós, ou então não é o momento.
as pedras no meu caminho aconteceram. não as lamento porque dai advieram outras pedras, outros saltos que foi preciso dar, outras barreiras, até por fim darmos com o local certo. pode ser esta aldeia, pode ser qualq outra situação. e q prazer depois de tudo isso encontrar o olhos da noite que esteve LÁ comigo naquela noite e eu lembro-me da cena do livro emprestado mas não lhe vejo a cara... e acho que chamá-lo outra vez
 
Escreve-me que eu, na volta do correio :-))), digo-te como colocar o belíssimo "Ashes" no teu mais que belo blog. Um beijo
 
belo passeio. o meu não foi mau, apesar de não ter sido todo-o-terreno :) estivemos perto!
 
Todos sabemos o abandono de certas povoações, a desertificação de certas zonas do País. É uma pena, faz doer o coração voltar a locais onde passámos momentos inesquescíveis e verificar o estado em que esses locais se encontram… Por isso, a importância das autarquias em tentar que não se perca tudo!... As tuas imagens são espectaculares...
 
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