sábado, fevereiro 18, 2006

 

liberdade condicional


As noticias chegaram sob a forma de mail vindo lá dos confins de outro continente, que agora é assim – estamos aqui e lá ao mesmo tempo. Mary estava doente, digamos com ciática e fora internada . Mas a verdade era bem outra e a doença também. Anthony seu filho voltara outra vez para a prisão depois de uma efémera liberdade condicional. Há anos que o processo e a degradação se arrastam… E que dizer a esta mãe?
Mary sempre se deslumbrou com homens mais novos. Os seus olhos fascinavam-nos, o seu corpo talvez também, a sua mentalidade , a sua afabilidade. Mary seguiu muitos percursos e muitos homens, sempre jovens, sempre estrangeiros, quase sempre portugueses, em países também estranhos e jovens. Um deles , talvez o último, teve morte trágica num acidente. Nunca entendi estes devaneios de Mary, esta procura incessante dum amor que se escapa sempre e sempre se transforma no azedume e na raiva. “Porquê eu?”
Anthony teria tido uma infância normal, com pai e mãe ao seu lado, uma irmã mais velha , um ambiente familiar razoável, digo eu, do lado de cá. Cedo saiu de casa, cedo começou a encantar-se por mulheres mais velhas. Com filhos. Cedo se perdeu nestas teias de linhas de telefone corderosa em que procurava abafar a sua sexualidade. E as contas apareceram que a mãe a principio pagou mas depois de tão exorbitantes teve de fugir para outros locais onde tentou trabalhar para sobreviver, longe de tudo, na solidão de quatro paredes vazias, sem telefone . E a busca recomeçou. E o desvario e a loucura. A agressividade contra tudo e todos, contra a mãe por vezes contra o pai contra o psiquiatra. Não contra as crianças que nunca as atingiu, nunca lhes tocou. Na sua ansiedade febril apenas procurava o telefone, as linhas eróticas, o falso amor pink, as imagens difundidas pela net talvez. Um dia, nesta loucura, nestas digressões sem retorno tem um acidente mortal. Vai parar à prisão onde o processo se eterniza. O acompanhamento psicológico também. Acalma-se forçadamente. Fingidamente(?). E dão-lhe autorização para sair sob vigilância.
………….
E tudo recomeçou…

Comments:
Bah.. espero que vejam a luz, essa luz que todos desejam! Quanto ás andorinhas e falando muito sério, eu espero que nao tragam com elas a gripe das aves!!! ehehehe, beijocas
 
Desenhar a vida é sofrê-la mas também vivê-la
 
Uma história de sofrimento como tantas outras que nos doem só de as ler. E nada podemos fazer. A nossa impotência é por vezes pesada. Bela a imagem. Tão colorida e simples! Como uma lufada de ar fresco numa história carregada.
 
.... olá grentea quentinho e com açúcar !

só para te desejar bfds, aí pela minha querida e sempre apetecida Sintra.
Que previlégio... o teu ...

Quando voltar a Lisboa, convidar-te-ei para tomar um greentea e comer umas queijadinhas, naquele café mais antigo junto ao Palácio.
Espero que aceites.

Bji
 
sem açucar que eu sou pouco de doces mas fica combinado , mesmo que eu passe por Bragança antes. tb gosto da sapa, junto à Camara antiga embora a sala às vezes esteja cheia mas tem uma vista linda e uns doces óptimos de maçã e canela (pouco doces). já recebi vários convites para ir a sintra - o melhor é juntarmo-nos todos...
 
greentea
Boa tarde novo, uma historia que se lê como se se folheasse uma revista de actualidades.
Mais um caso denunciado aqui para quem vem ler, "isto" tem de bom, terá certamente o seu lado negativo, já me apercebi, mas o bom, é como vai o mundo que nos rodeia, aqui e ali, há sempre coisas interessantes, que por vezes nos passam despercebidas.
A mim ás vezes acontece-me, compro um revista, metade é publicidade, aos cremes, perfumes, telemoveis,
casas, sei lá.
Um grande abraço.
 
Não te disse, mas Sintra foi o lugar da minha infancia e juventude, que saudades tão grandes...às vezes nos dias "não" vou sozinha de carro ate quaze
as Azenhas do mar, já "antes de" o fazia...fui tão feliz em Sintra!
Um dia destes, depois de "despachar", este é o termo que utilizo para ultrapssar, depois de "despachar" tambem esta semana, marcante. Faço um post para ti, lembrei-me agora que posso com isso, fazer quaiquer coisa menos riste. E será tambem original. Depois verás.
Um abraço, minha boa amiga.
 
fico a aguardar noitestrelada. Tb acho isso de bom nos Blogs e nos posts tudo se pode dizer, tudo se pode falar, tudo se pode construir e encontramos sempre alguém que tem um comment que nos agrada, q nos atrai .
Sintra e o mar são calmos, por vezes tristes nostálgicos mas lindos. Há pouco referia-me ao caminho de Santa Eufémia que tem uma vista e vegetação deslumbrantes mas tb gosto imenso de ir pelo lado de Seteais, Monserrate descer até Colares e ir até às Azenhas-Fontanelas-Magoito ou fazer ao contrario e ir até à Adraga, Penedo e chegar de novo a Sintra por dentro da Serra. Há uns anos cheguei a acampar no Convento dos Capuchos quando ainda era possivel e é espectacular. O Olhos da noite convidou-me para um greentea em Sintra - será que não queres vir também, um dia destes?
 
Mas que raiva, eu ser tão "chorona", todo o itenerário que referiste me são extremamente familiares...
Ja anotei o que aconselhaste, se sair hoje vou ao Colombo, pois moro agora em Benfica.
Em relação ao passeio, se estiver...digamos num dia, em que sinta que não vou interferir com o estado de espirito de ninguem, aceito: Obrigada!
Mas isso ainda é uma coisa muito penosa de ultrapassar...Toda a familia adora praia, mas só eu e ele tinhamos uma relação especial com o mar. Desde Julho que só o vejo em fotos ou filmes...sentir-lhe o cheiro, tocar-lhe...enfim...não sei, não sei como vou conseguir.
Mas depois falamos.
Obrigada minha querida.
 
Muito real este relato, as histórias repetem-se sempre até que se percebam os padrões, a sua ultima raiz. BJS p ti greentea e bfds.
 
Atiraste-me contra a parede. Sim, as meninas andavam nuas e nada acontecia porque todos andavam nus. Só começou a acontecer quando chegaram os que se vestiam. Mas contra a parede fui com o teu post de hoje, que forma poderosa tens de escrever! E que bem conjugaste a imagem, uma casa infantil dentro de uma maça tão pecaminosa...
 
Olha 125 , isto não é história. É tão real como o mail que recebi ontem de manhã enviado pela Mary que na vida real tem outro nome, obviamente, tal como o filho que conheci a dar os primeiros passos, aqui em Lisboa. Pergunto-me porquê, ...porquê?
 
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
 
Sempre que a luz do horizonte esteja ao nosso alcance, que se abra as janelas para deixar entrar a companhia do nosso Eu.

Que essa luz te guie até ao Plagiadíssimo.
Fica bem.
 
Pode ser o início de um grande romance...
Saboreado com o paladar do chá de canela...

Passa um excelente Domingo!
 
Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?