sexta-feira, fevereiro 03, 2006

 

e ouvindo o verão



















Sabiam-se , como tudo, vítimas
Desse mal sagrado: breves
Seriam, tanto como doce de figo,
Inteiro, lampo, perdida a seiva
Antes de confortá-los de sua fome, miséria.

Sabiam-se , como tudo, insubstituíveis,
A mão quente no outro,
O que levariam consigo,
Mais alto que Zodíaco,
Mais fresco e melhor que fonte

Então ele ofereceu-lhe,
Não essas, outras
Quatro estações, de Vivaldi.
E ouvindo o verão
Dormiram como bichos felizes.

Texto de António Osório in Adão, Eva e o Mais
Fotos de Pilar Sala, licenciada em Economia Politica, para quem a pintura foi o fruto de um gde desafio www.artenaif.com

Comments:
Dei uma volta pelos teus posts anteriores e foi bom de ver tanta coisa agradável, tanta coisa que eu desconhecia, mas que vou anotar para um dia mais tarde.
Com o Verão que não tarda aí, oportunidades não vão faltar…
 
o verão está no ar, amaral. é preciso saber entendê-lo nos olhares, nos silencios, nas flores, nas palavras, nos gestos, nos sitios que visitamos.
Os locais que aqui refiro são memórias de dias bem passados, tranquilos, felizes. Agora ou há muito tempo. Falta-me África."África Minha". "Deixei o meu coração em África". ou as Cartas de Lobo Antunes , que ainda não li...
 
Obrigada pelo silêncio partilhado!
Tem um dia muito feliz!
 
Belos, o poema e os quadros. Adoro pintura naif.
 
no tórrido verão que vivemos ao sul do Brasil, Vivaldi é um alívio.

obrigado pela visita e pelas doces palavras.

é bom saber que, atravessando o mar, encontrarei quem me leia.

Um abraço,

Sílvio.
 
Conheço bastante mal António Osório. É! O tempo, sempre ele, que não dá para tudo :(

em tarde de sol, linda, deixo meu beijo.
 
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