domingo, novembro 27, 2005

 

PAZ

E ELE FALOU EM PAZ...

Tentarei encontrar essa PAZ, dar essa PAZ, mas o que fazer da amargura que por vezes sinto, das interrogações , do porquê comigo. Como me livrar do ressentimento, como me livrar do ódio visceral que sinto ... basta ver certos pequenos objectos, basta lembrar-me de certas atitudes e ele aí está a invadir o meu sossego, o meu quarto, o meu trabalho, a minha mente.
Claro, reciclagem do lixo é urgente - analisá-lo, dividi-lo por categorias, ir pô-lo na lixeira, no contentor correcto e depois ele seguirá o seu próprio caminho levado por outras maõs, até ser transformado em outro produto.
Será q é isso q temos de fazer, tb? Analizar os nossos ódios, nossos ressentimentos, nossas amarguras, separá-los, metê-los no contentor próprio e esquecê-los, pois a seguir vem o wagon que os leva para o local certo e os transforma. Queremos sempre saber mais, saber o processo de transformação, saber como funciona a fábrica , como se chama o engenheiro da produção, quem vai beber o leite ou a cerveja da nova embalagem, o nome dos filhos e o grau de instrução - gostará de música clássica ou prefere o jazz...?
Porque se imobiliza o pendulo quando pergunto por ela, por essa mulher chamemos-lhe Emilia ,que durante tantos anos se atravessou na minha vida e que agora jaz numa cama de hospital, impossibilitada de trabalhar, de perseguir , de invadir as casas e os caminhos dos outros, de ler as cartas que eu escrevi não para ela claro... Porque pára o pendulo na casa onde durante tantos anos ela foi, onde tanto mal fez - ela propria afirma que foi malvada ? E Fernanda que a idolatrou durante tantos e tantos anos, a pretexto da filha (seria?), que a levou à minha casa, que lhe deu os meus telefones, que lhe mostrou a buganvilia , à minha porta, que se refreou quando um dia desciamos aquela rua e Emilia passou por nós.
E as cartas que ela escreve com parágrafos e expressões copiadas das minhas cartas, que ela ousou devassar, profanar, fotocopiar ? E a buganvilia, que tambem copiou e tem no terraço.

Mas hoje eu não tenho mais buganvilia. O poema africano dizia :

Um dia quando as buganvilias alegremente florirem
quando as bimbas entoarem hinos de madrugada nos capinzais
quando a sombra das mulembeiras for mais boa
quando todos os que isoladamente padecemos
nos encontrarmos iguais como antigamente

talvez a gente ponha
as dores, as humilhações, os medos
desesperadamente no chão
e unidos nas ansias, nas aventuras, nas esperanças

VAMOS ENTAO FAZER UM GRANDE DESAFIO

O desafio está feito.
Curiosamente, no meu jardim deixei de ter buganvilias. Tenho sim

Uma oliveira - simbolo da paz
Violetas - simbolo do amor
Jasmim ... para que o seu perfume de paz e amor invada a nossa casa.

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