quinta-feira, abril 27, 2006

 

Olhando os Lirios do Campo

Durante horas e horas tinham visto do ar uma interminável extensão de floresta, toda do mesmo verde intenso, atravessada por rios que corriam como serpentes luminosas.

O rio Amazonas é o mais largo e extenso da Terra, cinco vezes mais do que qualquer outro. Só os astronautas em viagem à Lua conseguiram vê-lo, à distância, em toda a sua extensão, leu Alex num roteiro que a avó lhe comprara no Rio de Janeiro. Não dizia que essa região imensa, último paraíso do planeta, era destruida sistemáticamente pela cobiça de empresários e aventureiros, tal como ele aprendera na escola. Estavam a constrruir uma estrada , uma ferida aberta em plena selva, por onde os colonos chegavam em massa e saíam às toneladas as madeiras e os minerais.
Kate informou o neto de que subiriam pelo rio Negro até ao Alto Orenoco, um triângulo quase inexplorado onde se concentrava a maior parte das tribos.

-Neste livro diz-se que esses indios vivem como na Idade da Pedra. Ainda nem inventaram a roda - comentou Alex.

- Não precisam dela. Não lhes serve para nada naquele terreno, não têm nada para transportar e não têm pressa de ir a lado nenhum - replicou Kate Cold.

- Não conhecem a escrita - acrescentou Alex.
- Têm , concerteza, boa memória - disse Kate.

Com a idade adquire-se uma certa humildade, Alexander. Quanto mais anos tenho, mais ignorante me sinto. Só os jovens têm explicações para tudo.
Isabel Allende - A Cidade dos Deuses Selvagens

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Continuei o meu percurso sem destino pela Serra, coberta de verdes de todos os tons. Olhei os lirios do campo que irrompiam aqui e além em todo o seu fulgor, colhi o rosmaninho que brotava dos rochedos mais agrestes e deliciei-me com a limpidez do rio que corria por entre as pedras, arrendondadas pela força das águas. Perdi-me então a seguir o rumo da corrente deixando-me encantar com os sons dos pássaros e da Natureza em todo o seu explendor naquela manhã de Primavera , radiosa de Luz e Paz.

E gostaria de ter alcançado a sabedoria dos Indios da Amazónia...

Comments:
POis eu também sou a primeira a comentar!
Gostei muito do teu post, excerto do livro da Isabel Allende.Tenho de o ler!
Bjinhos
 
Lindo, lindo, lindo!
que bela janela esta!
ver a Primavera através dos teus olhos e dos teus texto!
colho rosmaninho e respiro o perfume!

obrigada!
enjoy!
beijokas!
 
olhai como os verdes se rasgam à cobiça....


belo post.


abraço.


isa.
 
Gostei de olhar os teus lírios. Há muitos anos li o livro de Erico Veríssimo "Olhai os lírios do campo" e a sua mensagem ficou-me sempre cá dentro. Tu escreves que é um regalo ler-te. Quando quiseres espreita o meu Sítio. Pode ser que gostes.
Beijinhos.
Licínia
 
Greentea

"Percorri..."
Será que percorreste os meus lugares?!
A tua descrição do que viste, enquanto percorreste a serra, poderia ser feita observando a minha.

Estes percursos têm um sabor delicioso e aquela tua manhã foi uma maravilha!

Sabedoria dos índios da Amazónia... quem me dera!

~*Um beijo*~
 
Existe, realmente, povos com uma sabedoria inexplicável....
....só temos é que aprender com eles!!
Gostei muito!
Beijinhos
:)))))
 
Olá, Greentea!
Acabaste de me abrir o apetite para a leitura desta «Cidade dos Deuses Selvagens», que deve ser bem interessante, e de me inebriar com os perfumes, as melodias e toda a luz e paz que emanam da tua belíssima escrita.
Quanto à sabedoria dos Índios da Amazónia, identifico-me plenamente com Kate Cold, quando diz «Quanto mais anos tenho, mais ignorante me sinto». Talvez a verdadeira sabedoria não venha de fora; talvez ela resida dentro de nós, desde o início, à espera de de uma oportunidade para se fazer ouvir...
Gostei muito de estar aqui. Beijinhos.
 
inveja da paz dessa gente. dessa e doutra.
talvez um dia
 
girassol agora não tens tempo
aproveita a China ae a sua sabedoria
no bom sentido
pq tb ai há coisas bem menos correctas
 
creio que não era a tua serra rosmaninho embora ESTA serra estivesse cheia de rosmaninho em flor e lirios ...tanto s lirios da cor do rosmaninho

qd cheguei à Estrela havia ainda neve nos cumes
depois esbateu-se e deeu lugar aos verdes ao sol à LUZ e à PAZ
 
vivem na Idade da Pedra ou antes dela mas a sabedoria é imensa, natalie

tentemos aprendeer com eles
 
Lindo! Não conhecia, obrigado pelo teu post.
beijoca e bom fim de semana
 
Amiga até terça feira,
hoje esta sol, a noite está a ficar menos estrelada, mas mais iluminada.
beijos
 
Os lírios do campo, nem Salomão já se vestiu como um deles. Não precisas de mais sabedoria do que aquela que já tens e te permite reconhecer e absorver a dos outros povos... bom fim de semana
 
temos que aprender com eles
jinhos
 
Talvez a tenhas alcançado. Analogia interessante. Isabel Allende, sempre ousada na expressão; greentea, atenta aos lírios do campo, deliciada, encantada com os sons dos pássaros… Amazonas, o grande rio, a extensão do imenso, a cobiça e a destruição inevitáveis...
 
Estas feridas na Amazónia vêem-se de satélite, há dias estive a vê-las no Google Maps http://maps.google.com/

E estes passeios... que saudades do ar puro e aromático da serra!
 
Linda a descrição de fazes de um trecho do livro sobre o povo da neblina. Esta sensação que temos de aproximação da natureza espaço e de nós próprios é espantosa. Muitos livros me têm ajudado a descortinar o sentido da vida. Percebe-se que ficaste muito sensibilizada e desperta para a dimensão intrínseca da tua existência. Continua em viagem!
 
Isabel... os seus livros são sempre muito fortes!... Gostei de recordar!
 
Cá estou eu de novo, mas desta vez para te convidar a participares numa campanha humanitária que está a percorrer o mundo dos blogs. Aceitei o desafio que veio de mdeus e agora deixo-te aqui a corrente para que continues. Um beijinho.
 
gostei

cabe um pouco a cada um de nós conseguir alacançar a sabedoria dos indios da amazónia

:)
 
Não, não vou ler. Encontrei um tempinho para te dizer que a minha disponibilidade para visitar os amigos tem sido - e, receio bem, continuará a ser - quase nula.

Dou-te dois beijinhos de boa noite e desejo uma óptima semana.
 
Amiguinha passei para te desejar um bom regresso e uma boa semana
beijos
 
A sabedoria está sempre onde não está.
 
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