sexta-feira, fevereiro 24, 2006

 

o reino do BUTÃO

PIB? Não!!!! FIB.
O extraordinário caso do Butão Há pouco mais de meia dúzia de anos, o rei de um reino pequenino e longínquo espantou o mundo numa grande e importante conferência internacional. Enquanto os “grandes” falavam de Produto Interno Bruto, o rei do Butão apresentou o programa de governo do seu país, enquanto política nacional oficial, praticada no seu pequeno reino, escondido entre os Himalaias. A política do Butão foi apresentada sem qualquer melindre, afinal aquele povo sabe o que quer e não brinca com coisas sérias. O nome desse programa de governo chama-se: Felicidade Interna Bruta.
É esse o objectivo daquele governo. Alicerçado numa visão holística do ser humano, visa criar, promover e defender a felicidade dos seus cidadãos. A fonte desta política assenta no budismo, o qual compreende o ser humano em todas as suas dimensões. Daí que todas elas tenham de ser contempladas, favorecidas e estimadas quando, na prática, se investe na riqueza, bem estar e desenvolvimento de um país. E, todas estas palavras têm uma significado profundo, com carne e osso no budismo. As pessoas não são números, contribuintes, utentes, clientes, etc. A nossa saúde mede-se, por exemplo, pelo número de hospitais, atendimentos ou camas disponíveis nas enfermarias. Mas, saúde é muito mais que isso, é também paz! É saúde dentro de um corpo, que é também uma mente, uma alma e um espírito. Alguém, aqui em Portugal, sente a sua alma, o seu coração, os seus sentimentos reconhecidos, cuidados, contemplados quando é entregue a um médico ou uma enfermeira. Por cá, um corpo deitado numa maca, é uma doença deitada numa maca. Não é um ser humano completo, com corpo, mente, coração e alma. É uma doença, um número na lista, à espera de ser chamado.Enquanto o resto do mundo mede a felicidade (aliás, nem nos atrevemos a usar essa palavra “pirosa”) em estatísticas que contabilizam o números de bens (electrodomésticos e parque automóvel, por exemplo) que cada cidadão possui, no Butão, a riqueza, qualidade de vida e progresso inclui a preservação das florestas sagradas ou da água pura nos rios – estes são considerados factores determinantes para a felicidade das pessoas.Trata-se de um pequeno país, com pouco mais de 2 milhões de habitantes, sobretudo rural e de agricultura de subsistência. A sua cultura é milenar, com tradições riquíssimas, às quais os modernos estrangeiros podem assistir se estiverem dispostos a pagar um fortuna, isto só para obterem autorização para entrar no país. O preço do turismo no Butão disparou desde que a população se queixou directamente ao rei (o rei recebe e resolve efectivamente os problemas do seu povo) do incómodo e mal-estar provocado pelos turistas: queixaram-se que a presença desses “estranhos” estava a perturbar os espíritos das suas florestas sagradas. O rei, empenhado em fazer o seu povo feliz, tratou de encontrar uma forma de protegê-lo do turismo invasivo. Assim, mesmo com eventuais prejuízos decorrentes de uma quebra na taxa de turismo, foi inflacionado o preço para visitar o Butão. Menos turismo, menos turistas, não pesou na balança das decisões governamentais. Ali, a felicidade conta. Aliás, ali a felicidade é que conta! Esse é o bem mais precioso. O Reino do Dragão :Um lugar e uma lição de sabedoria, "simples" e despojada, que nos deveria fazer reflectir sobre as nossas verdadeiras prioridades A riqueza de certos países, como o nosso, mede-se por cálculos, ganhos e gastos, taxas de inflação... Mede-se pelos bens materiais que as pessoas possuem; mede-se por quanto temos, o que estamos a comprar, quanto estamos a ganhar e a gastar. E, a qualidade de vida das pessoas resume-se a isto! E a alegria, e o prazer de viver? E a paz interior? E o ar que respiramos? E as nossas florestas? E a nossa esperança? E a nossa auto-estima? E o amor?
mais aqui: http://www.bhutanstudies.org.bt/publications/gnh/gnh.htm
http://www.kingdomofbhutan.com/
http://www.grossinternationalhappiness.org/

publicado no blog da sa.ra .... http://soukha.blogspot.com

Comments:
O FIB é um pouco como o Pai Natal: toda a gente fala neles uma vez por ano, mas ninguém acredita que exista lol
 
Mais um belo ensinamento.

Abraços
 
Visitas-me, eu retribuo e deparo-me com um post que mais parece uma fábula. Adorei passar por cá. Bom fim de semana
 
Estamos tão distantes desta consciência. É certo, já estivémos mais... mas ainda falta uma caminhada longa... vamos assim passando de um a um e quem sabe um dia não seremos maioria?
beijinho
 
Hoje tenho andado a ver os blogs com calma (anoiteceu mais cedo) lol
Sobre o teu post que me tocou, não resisto a publicar aqui uma coisa cujo autor desconheço, espero que gostes...

RIQUESAS

Perguntaram ao céu quem é pobre
Verás que não hà ninguem
Todos são ricos de sobra
Riquezas todos as têm
Há ricos de pedras finas
Ricos de pratas e oiros
Ricos de luz cristalina
Ricos de mágoas e choros
Quem é mais rico não sei
-Quem tem filhos, quem tem casas
Quem é servo quem é rei
quem tem garras, quem tem asas
Riquezas boas e más
Tesouros belos ou feios
Segredos de guerra e paz
Liberdades ou arreios
Todos tão ricos, tão ricos
Que não há comparação
Cá por mim só me dedico
A encher o coração...

Um beijo
 
a encher o coração de luz cristalina...
e a noite se fez dia, estrela.
Um bom dia para ti cheio dessa luz cristalina!
 
De partida, passagem só para deixar um beijinho - li o texto, assim muito 'a correr', merece muito mais atenção. A reler, no meu regresso.Grata por ele.
Até para a semana. ;-)

Tudo bem com 'o menino'? Oxalá!
 
Pois é, pois é.
Mas aqui andamos preocupados com o europeu mais o mundial e mais e mais...
 
Vou mudar-me para o Butão. Hoje mesmo...

Queres vir?
 
Onde se tira passaporte para o Butão? Podemos ir já, antes da entrega do IRS?
 
EU TAMBÉM IA JÁ!!!!!!!!!!!
MAS PARA IR AO BUTÃO É PRECISO UMA AUTORIZAÇÃOO ESPECIAL PQ NÃO QUEREM MUITOS TURISTAS POR LÁ...
 
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