terça-feira, novembro 29, 2005

 

Eu queria escrever-te uma carta

Eu queria escrever-te uma carta
amor
uma carta que dissesse
deste anseio
de te ver
deste receio de te perder
deste mais que bem querer que sinto
deste mal indefinido que me persegue
desta saudade a que vivo todo entregue

Eu queria escrever-te uma carta
amor
uma carta de confidencias intimas
uma carta de lembranças de ti
de ti
dos teus lábios vermelhos como tacula
dos teus cabelos negros como diloa
dos teus olhos doces como macongue
e dos teus carinhos
que maiores não encontrei por aí...

Eu queria escrever-te uma carta
amor
que recordasse nossos dias na capôpa
nossas noites perdidas no capim
que recordasse a sombra que nos caía dos jambos
o luar que se coava das palmeiras sem fim

Eu queria escrever-te uma carta
amor
uma carta que te levasse o vento que passa
uma carta que os cajus e cafeeiros
que as hienas e palancas
que os jacarés e bagres
pudessem entender
para que se o vento a perdesse no caminho
os bichos e as plantas
te levassem puras e quentes
as palavras ardentes
as palavras magoadas da minha carta

Eu queria escrever-te uma carta...

( Poema Africano, em Antologia da Poesia Africana)
A nostalgia de África ficou sempre em mim e nunca esquecerei os anos maravilhosos que lá passei!

domingo, novembro 27, 2005

 

Quem somos nós?

Que raios eles sabem?:: Izabel Telles ::
Lembro-me bem da época. Era meados de 1986 e eu estava vivendo em Portugal. Mais especificamente em Sintra, arredores de Lisboa. Vivia lá com meus três filhos e posso dizer que era mesmo um grande privilégio acordar olhando o mar frio e translúcido lamber as areias da Praia das Maçãs. Sentindo na imaginação o cheiro dos peixes grelhados nas chapas da excelente cozinha do Restaurante Neptuno, que fica bem perto do mar e onde íamos almoçar aos domingos, todos juntos, vivendo intensamente o amor e a felicidade de ter uma família harmônica.Claro que viver em Portugal não me deu só este privilégio. Tive muitos outros. Como aprender a ser modesta, respeitar as diferenças, aprender a honrar a tradição e muito mais. E, acima de tudo, aprendi a frear os impulsos inflados do meu ego.Portugal, naqueles dias, vivia a efervescência de um novo estilo arquitetônico que tomava conta da cidade; prédios, muito modernos e arrojados, enfeitavam o topo das colinas suaves de Lisboa. Imagine o que era isso para aquele cenário que há centenas de anos não era modificado radicalmente?Um exemplo do novo estilo encimava o Shopping Amoreiras, em Campo de Ourique: duas torres em tons pastéis que mais lembravam um castelo de fadas numa versão contemporânea.Eu trabalhava no topo de uma destas torres e - todos os dias - via Lisboa acordar e dormir como um belo anjo azul, sábio e antigo.O novo estava causando muita polêmica no país, especialmente em Lisboa, onde o avançado estilo (para a época) estava caminhando a passos largos.Uma noite, querendo ouvir com atenção a opinião do sábio filósofo português Agostinho da Silva sobre a revolução arquitetônica que estávamos observando, ele disse (com outras palavras que já não saberei reproduzir fielmente):“O importante não é o estilo. O fundamental é que a arquitetura está sendo discutida por todas as pessoas. É conversa de mesa de bar, de intelectuais, de estudantes, de todo o povo. E isso é que importa”.Quanto aprendi naquele momento! Voltemos no aqui e agora, no mundo deste 2005 que já se finda.Dia 18 de novembro o cinema Bristol, em São Paulo, iniciou a exibição do filme “Quem Somos Nós”, que em inglês se chama “What the bleep do que know”? Que, traduzido, vai dar uma coisa mais ou menos assim: Afinal, que raios sabemos?Na semana anterior uma revista semanal derrubou o filme e um jornal de grande circulação fez o mesmo.Depois de ler as críticas, lembrei-me imediatamente do falecido filósofo e sábio português, me perguntando por que alguns órgãos da imprensa estão fixados em destruir qualquer tipo de ferramenta que possa abrir a cabeça dos brasileiros para uma visão nova deste encontro entre ciência e espiritualidade?Não vou tentar vender-lhe o filme, meu caro leitor, minha cara leitora. Não é disso que se trata. Você irá ver se quiser, se entender que este filme vai colocar em sua memória algumas informações novas que você poderá complementar através de estudos, conversas, palestras, mais informação.E depois de conhecer todos os lados do assunto estará então apto(a) a escolher que informação final quer arquivar no seu cérebro.Vou sim, tentar lhe alertar para que não acredite nas críticas de alguns profissionais que insistem em transformar o jornalismo numa área de manifestação de seus sentimentos pessoais. Jornalismo não é isso. Jornalismo é a arte de informar os fatos de forma clara e objetiva e deixar que o leitor decida o que vai fazer, pensar, crer, modificar, frente a estes fatos.Portanto, só queria deixar aqui registrado, com as bênçãos que ora peço ao grande filósofo português Agostinho da Silva, que me parece muito bom que a mecânica quântica, as emoções, as redes neurais, os hormônios, as dependências emocionais, os sentimentos, o valor do ato de rezar e ter fé, a bondade, a compaixão e a verdade façam parte do cotidiano das pessoas nas suas conversas, seja qual for o cenário em que elas aconteçam. O importante não é o filme em si. É trazer para a boca da cena a discussão sobre os temas que ele aborda.Recebi um e-mail com este texto da amiga Isabela analisando também este filme sob a ótica Budista. Como se trata de algo primoroso, quero abrir para ela este espaço do Site.Izabel Telles*****Uma Perspectiva Budista sobre o Filme:É Possível Sair do Sofrimento, ouUma Poética do Espaço Estamos imersos no nosso próprio sofrimento. A cada evento que consideramos desagradável reagimos com desarmonia, com mais desagrado e assim geramos mais sofrimento. A esse círculo vicioso e condicionado o budismo chama "Samsara".O filme "Quem Somos Nós?" (documentário com depoimentos de cientistas que fazem a ponte entre espiritualidade e ciência) em cartaz na cidade, nos diz que no nível subatômico, a essência de qualquer fenômeno físico é o espaço. O espaço das possibilidades, das quais a realidade que cada um vive é só uma dentre infinitas outras possíveis. Por que então insistimos nos mesmos caminhos?Criamos desde que nascemos, ou se falarmos de uma perspectiva budista, desde um tempo sem início, marcas no nosso continuum mental; as sementes das situações que hoje experimentamos. O filme nos fala que: o que não existe no cérebro, com uma matriz previamente instalada, simplesmente não é percebido; não existe para aquela mente. De fato, o filme nos diz que temos acesso a cada momento a 4 bilhões de bits de informação, dos quais chegam à consciência apenas 2.000 bits. Ou seja, o que percebemos da realidade é condicionado e previamente filtrado, de acordo com os nossos programas pré-instalados. O budismo chamaria os programas já instalados das marcas mentais, ou as impressões que já temos gravadas no nosso continuum mental (poderíamos chamá-lo de disco rígido) e que condicionam o que da realidade perceberemos. Do ponto de vista científico, a mente é identificada com o cérebro, enquanto que do ponto de vista budista a mente não se resume à sua base química, é considerada do ponto de vista mais sutil, pois uma vez que acaba a realidade física (quando o corpo morre) a mente continua a existir. No entanto, ambos concordam absolutamente que o mundo interno é mais poderoso do que o externo, pois é ele que determina/ filtra o que você perceberá do mundo externo. Assim, vamos criando uma teia de sinapses, de respostas para as situações que se nos apresentam, que se constituem nas ligações entre neurônios que, se freqüentemente repetidas, vão gerar o que no filme é chamado de "relação de longa duração entre os neurônios". Assim, geramos condicionamentos, as marcas mentais para o budismo, respostas habituais com as quais nos identificamos, pensando que isso é o que somos. A cada vez que reagimos de uma forma conhecida (habitual) reafirmamos - recriamos - os caminhos sinápticos pelos quais passa a percepção da realidade no nosso cérebro. Como uma trilha que quanto mais é utilizada vai reforçando um caminho, até que este vira uma estrada, assim funcionam nossas respostas bioquímicas diante das situações; assim estabelecemos as crenças do que é a realidade para nós: por fazermos sempre as mesmas associações de neurônios. Mas pense: neurônios são "soltos". Entre eles há o espaço, o espaço das infinitas possibilidades; somos nós que recriamos as ligações, refazendo as mesmas sinapses, e assim fazendo sempre o mesmo caminho de percepção da realidade.Um outro ponto importante que o filme nos traz é o de que emoção e reação química são dois lados de uma mesma moeda. Nossas emoções geram descargas químicas que chegam às células através dos receptores celulares, e essas reações químicas viciam tanto quanto qualquer droga. Assim ficamos viciados às nossas emoções (sejam elas quais forem). Como diz Ruth Toledo Altschuler: "Nossa biografia se torna nosso registro biológico".Qualquer trabalho de transformação pessoal se propõe a abrir novos caminhos, visões, percepções, atitudes, em última instância, novas relações entre os neurônios cerebrais e entre estes e os receptores celulares. Mas, para isso precisamos gerar uma energia para mudança. Lama Gangchen Rinpoche nos diz que: "É preciso ter experiências positivas para querer repeti-las". É preciso relembrar através de nosso espelho de sabedoria que somos feitos de uma energia pura e bela e que, embora nossos condicionamentos nos mostrem um caminho "batido", há outras possibilidades. Eu não sou minha insegurança, não sou meu medo dos outros, não sou minha sensação de rejeição, mas estas são as marcas que cunhei, que gravei no disco do meu continuum mental. Precisamos atualizar a percepção de nós mesmos, deixando de nos contar a mesma história todo o tempo. Nossas reações emocionais reforçam nossas crenças a respeito de nós mesmos. O espaço é a não reação. Do espaço, brotam as situações que vivemos.A partir do espaço, pela qualidade da intenção, as coisas ganham força e forma. O espaço das possibilidades da realidade subatômica é aquele em que a intenção plasma a realidade fenomênica.O espaço é a desconstrução da dependência químico-emocional gerada pelos nossos condicionamentos. Desconstruir é primeiro sentir na pele a dor da cadeia do condicionamento, a dor do nosso samsara pessoal, onde nos percebemos como ratos correndo no carrossel das nossas reações habituais. Assim, em princípio, parecemos colapsar, pois passamos a enxergar as amarras. Todas as amarras. Uma maneira de desconstruirmos aquilo a que chamamos realidade é nos atermos às sensações da situação e não "irmos longe" nos emaranhando nas antigas sinapses dos nomes, julgamentos, rótulos, ou preconceitos que damos às situações. Lembro-me de uma praticante budista que, passando por uma doença, disse-me: se eu penso no nome que a doença tem, fico muito pior. Quando consigo deixar o nome de lado e fico só nas sensações, de momento a momento, e do meu dia a dia, tudo fica mais leve; de fato, não estou sentindo dor.O filme nos aponta a direção do caminho da transformação: precisamos agüentar a retirada química das nossas adições (nossa projeção da realidade!) - a síndrome de abstinência ao vício das nossas reações emocionais/químicas; da história que nos contamos do que é a realidade - e arriscar um passo à frente e outro, de momento a momento, não respondendo ao impulso gravado que surge como "um pensamento natural". No fundo, tudo se resume a resistir à tentação de crer que o que vivemos é "A" Realidade, que as coisas "são assim". "A" Realidade não existe. Sobretudo, devemos nos concentrar na intenção de tudo o que fazemos e direcioná-la positivamente. A mente cria a realidade. Precisamos nos ver como os co-criadores disto que chamamos realidade. Do espaço, brotam as coisas que vivemos. A partir do espaço, pela qualidade da intenção, as coisas ganham força e forma. A mente cria a realidade. Como diz-se numa oração budista tibetana: "Gentil Lama, Senhor que emana e reabsorve um oceano de infinitos mandalas, aos seus pés eu peço”. A mente de cristal, livre das próprias adicções e não contaminada, como numa respiração, cria um oceano de infinitos mandalas e os reabsorve; a realidade se constrói e se desconstrói de momento a momento gerando e reabsorvendo estes infinitos mandalas. Por que precisamos ficar fixos nesta realidade condicionada e tediosa, se temos a todo instante o espaço - seja ele o espaço subatômico da ciência ou o de nossa mente de cristal puro, como nos propõe o budismo? "Quem Somos Nós" é um chamado de responsabilidade pelo que criamos na nossa vida.Isabela Bisconcini 24, Novembro de 2005.Mais informações sobre o filme no site:
Leia Também: Quem Somos Nós? - Parte 1Izabel Telles é terapeuta holística e sensitiva formada pelo American Institute for Mental Imagery de Nova Iorque. Tem três livros publicados: “O outro lado da alma”, pela Axis Mundi, “Feche os olhos e veja” e “O livro das transformações” pela Editora Agora. O que são as Imagens Mentais?VISITE MEU SITE

Achei este texto lindissimo e explica bem o que somos. Como moro na zona de Sintra e muitas vezes vou a Praia das Maçãs, identifiquei-me bem com os locais q Izabel Telles descreve e com as considerações que faz.
Deixo à vossa consideração os comentários.
Estou a apreciar postar textos no blog ou escrevê-los para postar; deste modo as impressões, opiniões não ficam apenas para nós, guardadas na gaveta, podemos partilhá-las e receber muito de todos os outros que ficam perto de nós - alguém falava de redes : aqui estão elas!
Um beijo

 

Olha só

“Olha só, menino, as pessoas que estão pensando em agredir alguém, seja material ou espiritualmente, vão se ferrar muito bem, viu?
Quem não joga direito o jogo da vida, acaba sendo expulso, porque o Carma*dá cartão vermelho mesmo.
Olha só, sabe o que as pessoas querem? Uma mensagem espiritual de uma entidade lá das estrelas. Elas ficam esperando alguém vir lá do céu, lá do espaço sideral, para acudi-las aqui na sua vidinha medíocre. Ficam esperando descer uma nave, ou qualquer coisa lá do espaço, trazendo uma mensagem; e nós, só aqui do lado. A gente aqui do lado, e ela esperando alguém descer do espaço...Como é que pode? A galera extrafísica aqui do lado, e elas não aproveitam.
Ficam esperando o negócio cair do céu, e o negócio está aqui do lado delas mesmas. Esse pessoal é meio xarope, meio troncho com as coisas espirituais, ficam esperando mensagens das estrelas e elocubrando fantasias, e a vida só passando, sem que eles notem o aqui e agora, sem que eles vivam a realidade, que a toda hora chama para a experiência. Esse pessoal precisa saber de uma coisa: nós estamos vivos! Onde tem gente, tem espírito do lado, posso garantir isso. Quem não acreditar, não tem problema, pois daqui a pouco morre também e vai ver, é simples. Há muita gente esperando aí um evento cósmico, galáctico, fenomenal, e não estão vendo o que se passa dentro do próprio coração. Coração também é universo, tem coisa dentro dele. Eu só queria lembrar isso: nós estamos por aí... É só isso, nós estamos vivos! Quem quiser trabalhar, que entre no universo do coração, vai lá dentro...E aí vai encontrar muitas poesias, muitas crônicas, muita alegria, e um monte de coisas legais, porque nós estamos aí para passar essas coisas boas.É isso aí.”-
Cia do Amor – A Turma dos Poetas em Flor**.

 

PAZ

E ELE FALOU EM PAZ...

Tentarei encontrar essa PAZ, dar essa PAZ, mas o que fazer da amargura que por vezes sinto, das interrogações , do porquê comigo. Como me livrar do ressentimento, como me livrar do ódio visceral que sinto ... basta ver certos pequenos objectos, basta lembrar-me de certas atitudes e ele aí está a invadir o meu sossego, o meu quarto, o meu trabalho, a minha mente.
Claro, reciclagem do lixo é urgente - analisá-lo, dividi-lo por categorias, ir pô-lo na lixeira, no contentor correcto e depois ele seguirá o seu próprio caminho levado por outras maõs, até ser transformado em outro produto.
Será q é isso q temos de fazer, tb? Analizar os nossos ódios, nossos ressentimentos, nossas amarguras, separá-los, metê-los no contentor próprio e esquecê-los, pois a seguir vem o wagon que os leva para o local certo e os transforma. Queremos sempre saber mais, saber o processo de transformação, saber como funciona a fábrica , como se chama o engenheiro da produção, quem vai beber o leite ou a cerveja da nova embalagem, o nome dos filhos e o grau de instrução - gostará de música clássica ou prefere o jazz...?
Porque se imobiliza o pendulo quando pergunto por ela, por essa mulher chamemos-lhe Emilia ,que durante tantos anos se atravessou na minha vida e que agora jaz numa cama de hospital, impossibilitada de trabalhar, de perseguir , de invadir as casas e os caminhos dos outros, de ler as cartas que eu escrevi não para ela claro... Porque pára o pendulo na casa onde durante tantos anos ela foi, onde tanto mal fez - ela propria afirma que foi malvada ? E Fernanda que a idolatrou durante tantos e tantos anos, a pretexto da filha (seria?), que a levou à minha casa, que lhe deu os meus telefones, que lhe mostrou a buganvilia , à minha porta, que se refreou quando um dia desciamos aquela rua e Emilia passou por nós.
E as cartas que ela escreve com parágrafos e expressões copiadas das minhas cartas, que ela ousou devassar, profanar, fotocopiar ? E a buganvilia, que tambem copiou e tem no terraço.

Mas hoje eu não tenho mais buganvilia. O poema africano dizia :

Um dia quando as buganvilias alegremente florirem
quando as bimbas entoarem hinos de madrugada nos capinzais
quando a sombra das mulembeiras for mais boa
quando todos os que isoladamente padecemos
nos encontrarmos iguais como antigamente

talvez a gente ponha
as dores, as humilhações, os medos
desesperadamente no chão
e unidos nas ansias, nas aventuras, nas esperanças

VAMOS ENTAO FAZER UM GRANDE DESAFIO

O desafio está feito.
Curiosamente, no meu jardim deixei de ter buganvilias. Tenho sim

Uma oliveira - simbolo da paz
Violetas - simbolo do amor
Jasmim ... para que o seu perfume de paz e amor invada a nossa casa.

 

A Canção secreta

A CANÇÃO SECRETA DOS INICIADOS DE TODAS AS ERAS II*

Quando um iniciado entra no templo secreto, sabe que não é somente o seu espírito que se une à egrégora**, mas também o seu corpo.
Enquanto os seus pensamentos tocam o espaço sideral e o seu coração agradece ao Todo, seus pés tocam o solo da Mãe Terra. Por isso, ele descalça as sandálias dos pés e do ego, e se submete aos desígnios maiores, que sempre visam o despertar consciencial, a abertura do coração e a consecução de ações nobres nos procedimentos vitais. O iniciado sabe que “outros pés” também tocam o solo do templo. Por isso, ele saúda os companheiros invisíveis que jornadeiam interdimensionalmente na egrégora, com os mesmos propósitos de Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Ele sabe que a senda espiritual muitas vezes é solitária e cheia; complexa e simples; visível e invisível, para aquele que tem “olhos para ver”, “ouvidos para ouvir” e um coração que “sente” e “compreende”.O iniciado conhece e respeita o solo secreto da senda, por isso ele tira as sandálias e caminha com passos luminosos e serenos. Ele respeita a egrégora e seus objetivos. Une-se a ela, em espírito e corpo, na sintonia do amor que brilha em seu coração. Sim, ele sabe que o solo do templo não é cheio da poeira do mundo. Por ali passam miríades de amparadores sutis ajudando silenciosamente a humanidade.Sim, ele tira as sandálias com a alegria de servir à Luz Maior. Ele sabe queo templo secreto também é em seu coração. Por ali andam os mestres espirituais e eles abençoam a senda com seus passos virtuosos. O iniciado conhece os ensinamentos da esfinge milenar (que, um dia, foi atlante), e procura segui-los com consciência: “SABER, OUSAR, QUERER E CALAR!” E ele aprendeu:- A saber (o discernimento) e servir à Luz Maior.- A ousar (com respeito, prudência e sabedoria) levantar o véu do mistério.- A querer (com o coração, não com o ego) o amor brilhando em seu peito.- E a calar (não a informação que ajuda os outros, mas o ego negativo) a arrogância e a intemperança.Quando o iniciado caminha pela senda, sem as sandálias, seus pés brilham muito. Ele sabe que os seus passos são luminosos, pois ele caminha na egrégora do Todo, o Grande Hierofante***, no coração da própria vidainfinita.

Ele caminha, trabalha, estuda, ama, sorri e segue...

quinta-feira, novembro 24, 2005

 

O Perdão

Na manhã seguinte, um doce sentimento de paz a invadiu.Pensou novamente na mulher deformada, doente da alama e do coração, prostrada sem vida como a planta. ae então, sem saber aonde ela está ou como a contactar directamente, concentrou-se nesse sentimento de amor e tranquilidade, nessa luz que enchia a sua mente e enviou-lhe o perdão e a cura. Porque o passado já não existe. O passado serviu para que aprendessemos a transpor certas barreiras, para que soubessemos aperfeiçoar o nosso EU, as nossas atitudes, os nossos comportamentos. Para que pudéssemos curar certas feridas antigas, dar um sentido diferente às nossas vidas, respeitar/entender os que nos rodeiam, aceitar as suas atitudes. As dificuldades, as contrariedades do dia a dia têm um único objectivo - ao lidarmos com elas aprendemos a ultrapassá-las, libertamo-nos de experiencias antigas menos boas, gerimos a nossa destreza e a nossa capacidade de perdoar. Porque o perdão é "uma experiencia de caminho, cheia de esforço e ternura, uma aventura cheia de surpresas que vêm sempre de modo novo em nossas vidas", todos os dias da nossa vida.

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